RIO DE JANEIRO

Administração Penitenciária diz que soube da fuga de presos de alta periculosidade pelo rádio

Três detentos fugiram do Complexo de Gericinó na madrugada de domingo

Criminosos usaram uma escada improvisada com lençol para fugir do presídio Criminosos usaram uma escada improvisada com lençol para fugir do presídio  - Foto: Divulgação

A secretária de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Maria Rosa Lo Duca, afirma que soube da fuga de três presos de alta periculosidade às 7h de ontem, por meio do rádio. Jean Carlos do Nascimento dos Santos, o Jean do Dezoito, Marcelo de Almeida Farias Sterque, conhecido como Marcelinho da Merindiba, e Lucas Apostólico da Conceição, o Índio, escaparam da Penitenciária Lemos Brito, conhecida como Bangu VI, na madrugada de domingo. Segundo a Seap, câmeras do presídio não flagraram a fuga.

“Ontem, logo ao saber da fuga, às 7h da manhã pelo rádio, eu e minha equipe já nos posicionamos, porque acho que a gente tem que estar no front, in loco, para saber logo o que aconteceu efetivamente”, disse a secretária ao Bom Dia Rio, da TV Globo.

Segundo ela, pasta vai “apurar cada conduta desses policiais penais, para que cada um responda onde estava ou não estava e por que não estava”.

Entre os criminosos que deixaram o sistema penitenciário está Jean Carlos do Nascimento dos Santos, o Jean do Dezoito, chefe do tráfico do Morro do Dezoito, na Água Santa, Zona Norte do Rio. Ele teria fugido para fortalecer seu bando, já que a favela que comanda sofreu uma investida de um grupo rival nos últimos dias, nas disputas territoriais que acontecem há duas semanas no Rio. Jean foi apontado pela polícia como o bandido que invadiu o fórum de Bangu, em 2013, para resgatar um preso.

Três anos após a invasão ao fórum de Bangu, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) concluiu a investigação de outro crime audacioso coordenado por Jean Carlos. Ele foi indiciado pelo homicídio de seu advogado, Roberto Viegas Rodrigues, após ele não conseguir livrá-lo das penas por outros delitos, e por ocultação de cadáver. O advogado estava desaparecido desde o dia 22 de dezembro de 2015.

De acordo com sua ficha criminal, ele é considerado de “altíssima” periculosidade. O criminoso tem um histórico de mais de 15 tipos de crimes, segundo o site “Procurados” do Disque-Denúncia. Natural do Morro do Urubu, em Pilares, Zona Norte do Rio, o criminoso praticava assaltos na região e chegou a chefiar também o tráfico de drogas na comunidade do Novo México, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. No Sistema de Cadastramento de Mandados de Prisão da Polinter constam 28 mandados contra o criminoso.

Segundo uma fonte da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), a fuga está relacionada às recentes disputas por territórios entre facções criminosas nas últimas duas semanas. Jean foi preso em 2017 e estava preso na unidade destinada a internos da sua facção.

Para escaparem, eles teriam serrado as grades da cela B1, onde ficavam, além de usarem uma teresa — corda feita de lençóis retorcidos —, encontrada presa na guarita onde fica um dos policiais penais responsáveis pela vigilância da unidade.

Os outros dois presos que fugiram são Marcelo de Almeida Farias Sterque, conhecido como Marcelinho da Merindiba, e Lucas Apostólico da Conceição, o Índio, também de alta periculosidade. Alcimar Pereira dos Santos e Anderson Ribeiro Dias, foram transferidos para o presídio de segurança máxima Bangu 1, como castigo. Ambos são da mesma facção de Jean e considerados chefes na cadeia.

Em nota, a Seap confirmou a fuga: "Informamos que, na manhã deste domingo, três custodiados da Penitenciária Lemos Brito, localizada no Complexo de Gericinó, em Bangu, evadiram da unidade prisional. Desde que tomou conhecimento do ocorrido, a SEAP está mobilizando as suas forças para apurar as circunstâncias do episódio. A secretária Maria Rosa Lo Duca Nebel, que está na unidade para acompanhar as perícias, já colocou a Divisão de Recaptura (Recap) da Polícia Penal na rua em busca dos foragidos".

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