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Adolescente de 17 anos morreu durante cirurgia de remoção de siso; entenda os riscos do procedimento

Familiares culpam o cirurgião responsável e a clínica pela morte de Erik Edge

Erik Edge morreu durante cirurgia de remoção do siso  Foto: Reprodução RESUMO Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você  CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO  Um adolescente de 17 anos morreu após uma cirurgia de remoção do dente do siso nos Estados UnidosErik Edge morreu durante cirurgia de remoção do siso Foto: Reprodução RESUMO Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO Um adolescente de 17 anos morreu após uma cirurgia de remoção do dente do siso nos Estados Unidos - Foto: reprodução

Um adolescente de 17 anos morreu após uma cirurgia de remoção do dente do siso nos Estados Unidos. A morte de Erik Edge teria sido causada por complicações da anestesia feita antes do procedimento, que fez com que a garganta do adolescente fechasse.

De acordo com os familiares, o cirurgião-dentista Bryan McClelland desempenhou simultaneamente os papéis de cirurgião e anestesista durante o procedimento de Erik para aumentar seus lucros. A família resolveu processar o cirurgião responsável e a clínica.

O que é o siso?
Os sisos são terceiros molares que se formam por volta dos 15 anos e emergem na boca cerca de três anos mais tarde. No entanto, a evolução fez os seres humanos não precisarem mais dos dentes extras, com algumas pessoas até mesmo nascendo sem eles.

Com isso, quando o novo dente começa a emergir, o ortodontista avalia, por meio de exames de imagem, se ele está na posição correta, sem afetar nervos e estruturas próximas, e se há espaço na boca para o seu nascimento. Quando não há empecilhos, geralmente não é recomendada a extração. Porém, quando o dente traz riscos, ela pode ser indicada.

“Muitas vezes, os dentes do siso ficam presos ou encaixados no osso ou simplesmente não saem. Isto pode causar sobreposição ou deslocamento de outros dentes ou levar ao desenvolvimento de cárie dentária localizada. Se o dente erupcionar parcialmente ele pode vir a gerar um quadro infeccioso inflamatório, que é conhecido por pericoronarite, gerando muita dor, inchaço facial, inchaço na gengiva, mau odor e irritação local. Além de todos estes itens, estes dentes ainda podem ser responsáveis por fortes dores faciais e enxaquecas por comprimir os feixes nervosos, dependendo da sua posição dentro dos ossos maxilares”, explica publicação sobre o tema na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde.

Quais os riscos da retirada do siso?
Todos os sisos podem inclusive ser removidos de uma só vez. Mas, como é uma cirurgia, há riscos envolvidos no processo, como sangramentos, lesões nos nervos dos dentes e infecções no local.

— Toda cirurgia tem risco, uma vez que você abre e expõe o meio interno com o meio externo. Se o paciente precisa fazer o siso e está com a boca contaminada, por exemplo, o risco é muito maior. O que fazemos é, se o paciente está com gengivite, com cárie, nós cuidamos disso primeiro para depois extrair o siso — explica a cirurgiã-dentista Danielly Moura, especialista em implante e prótese pela Universidade Europeia Miguel de Cervantes (UEMC).

Esses riscos de contaminação existem porque a região é exposta, e patógenos como bactérias e vírus podem infectar o local. Se caírem na corrente sanguínea, eles podem ainda levar a infecção para outras partes do corpo, quadro considerado mais grave.

Por isso, algumas pessoas que têm doenças que afetem a coagulação sanguínea, por exemplo, nem podem ser submetidas à cirurgia. Além disso, os especialistas reforçam a importância de o procedimento ser realizado com profissionais da odontologia devidamente capacitados para fazer a extração e em locais adequados, para reduzir o risco.

— Nós garantimos a segurança conhecendo o paciente verdadeiramente. Entendendo que ele é único e, por isso, a avaliação é individual. Então pedimos exames laboratoriais de sangue, radiológicos, algumas vezes até tomografias, para termos certeza com base nesse conjunto de informações que o paciente está apto para naquele momento fazer a extração. Se isso não for feito, é uma bomba relógio, não sabemos o que pode acontecer — diz Danielly.

Quando acender o alerta?
Normalmente, a dor e o inchaço decorrentes da operação começam a regredir depois de 24 a 48 horas. Mas, em caso de sintomas como febre alta, sangramento excessivo, dor intensa que não passa com medicamentos, dor que irradia para outras regiões da face ou do pescoço e inchaço que não reduz, ou que até mesmo aumenta, depois desse período, a orientação é buscar a avaliação do dentista que pode identificar se é um caso de infecção, e dar início ao tratamento.

Mas, embora os riscos possam soar como um alerta, os especialistas reforçam que, se todos os cuidados forem seguidos, é um procedimento seguro e que as complicações são raras. Entre os cuidados importantes estão realizar a cirurgia com um profissional adequado e no local apropriado, seguir as orientações do pós-operatório, como ingerir os medicamentos recomendados pelo profissional, não fumar, não realizar escovações excessivas ou movimentos bruscos com a boca, evitar esforço físico, manter a área higienizada, entre outros.

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