São Paulo

Adolescente que atacou escola jurou vingança à professora após ela separar briga causada por racismo

Agressor xingou outro colega de turma de "macaco" e ambos iniciaram uma briga, que foi separada pela professora

Elisabete Tenreiro, de 71 anos, foi uma das vítimas do adolescente de 13 anosElisabete Tenreiro, de 71 anos, foi uma das vítimas do adolescente de 13 anos - Foto: Reprodução/Twitter

O ataque contra professoras e estudantes da Escola Thomazia Montoro, no bairro de Vila Sônia, na Zona Sul de São Paulo, teria sido motivado por "vingança".

Relatos indicam que tudo começou com um episódio de racismo envolvendo o adolescente de 13 anos que esfaqueou as profissionais e os colegas na manhã desta segunda-feira (27). 

De acordo com Gabriel, estudante da turma, o autor das agressões xingou, nos últimos dias, um outro aluno da sala de macaco, ocasionando uma briga entre eles, que foi separada pela professora de ciências Elisabete Tenreiro, de 71 anos.

Na ocasião, o agressor jurou vingança.

Nesta segunda-feira (27), vestindo preto e usando máscara de caveira, o jovem retornou à escola e golpeou a facadas quatro educadoras e um aluno.

"[Ele] chamou o menino de preto e macaco. O outro menino não gostou e partiu para cima dele. A professora [Elisabete] separou. Hoje, esse menino que chamou o outro de macaco veio com uma faca e esfaqueou várias vezes. Ele falou que iria fazer isso, mas ninguém acreditava", informou Gabriel em entrevista ao G1.

A professora Elisabete Tenreiro foi gravemente ferida e chegou a ser socorrida para o Hospital Universitário, da USP, mas teve uma parada cardíaca e morreu na unidade de saúde.

O estudante Gabriel também relatou que o outro aluno envolvido na briga, e que foi vítima de xingamentos racistas, não estava na escola no momento do ataque.

Segundo uma das filhas de Elisabete, a mãe tinha a educação como um propósito de vida.

"Ela era uma pessoa dedicada a lecionar, como propósito de vida. Ela achava que ela tinha essa missão, em um país com tanta falta de educação, se ela pudesse mudar a trajetória de um aluno, ela já ganhava com isso. Ela era muito querida por onde ela passou", afirmou.

Além de Elisabete, uma outra professora sofreu golpes de faca e encontra-se internada em um hospital local com o quadro de saúde estável. As outras duas educadoras, que também foram socorridas, tiveram ferimentos superficiais. 

Já o estudante ferido também recebeu atendimento hospitalar e está estável. Um outro aluno também precisou de atendimento médico por apresentar estado de choque, segundo informou o secretário estadual de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite.

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