MUNDO

Adolescentes do Reino Unido são considerados culpados por matar brutalmente jovem trans

Caso aconteceu em fevereiro deste ano. Brianna Ghey foi encontrada morta na cidade de Linear Park, na Inglaterra

Esther Ghey, mãe da adolescente assassinada Brianna Ghey, lê uma declaração à mídia fora do Manchester Crown Court, em Manchester, noroeste da Inglaterra Esther Ghey, mãe da adolescente assassinada Brianna Ghey, lê uma declaração à mídia fora do Manchester Crown Court, em Manchester, noroeste da Inglaterra  - Foto: Oli Scarff / AFP

Dois adolescentes britânicos foram considerados culpados nesta quarta-feira (20) pelo assassinato brutal da influenciadora digital Brianna Ghey, de 16 anos, em fevereiro deste ano. A jovem foi encontrada morta a facadas na cidade de Linear Park, em Warrington, na Inglaterra.

Durante o julgamento, o tribunal ouviu como a dupla – um menino e uma menina que não tiveram a identidade revelada – discutiram o assassinato de Ghey dias e semanas antes de sua morte. O caso atraiu atenção internacional e chocou a Grã-Bretanha.

Um júri composto por sete homens e cinco mulheres condenou os dois após um juízo de quatro semanas no Manchester Crown Court. - Terei de impor uma sentença de prisão perpétua, disse a juíza Amanda Yip aos dois réus. A data da sentença ainda não foi confirmada.

-O que tenho que decidir é o tempo mínimo que você deverá cumprir antes de ser considerado para libertação-, acrescentou a magistrada.

Violência
O tribunal ouviu como uma das acusadas baixou um aplicativo que permitiu assistir a vídeos de tortura e assassinato de pessoas reais, em “salas vermelhas” na “dark web”. No tribunal, a menina desenvolveu um interesse por assassinos em série, fazendo anotações sobre seus métodos, e admitiu desfrutar de “fantasias sombrias” sobre assassinato e tortura.
 

O assassinato de Brianna levou a vigílias pedindo melhor proteção e apoio para adolescentes trans. Mais tarde, a dupla elaborou uma “lista de mortes” de outros quatro jovens que pretendiam matar, até que Ghey teve o “infortúnio” de ser amiga da acusada, que ficou “obcecada” por ela, segundo os promotores.

Foi informado ao júri que Ghey tinha milhares de seguidores em seu perfil no TikTok, mas que na realidade, era uma adolescente tímida e ansiosa que lutava contra a depressão e raramente saia de casa.

A promotora-chefe adjunta, Ursula Doyle, disse após o veredito que o caso foi “um dos mais angustiantes” com os quais ela já lidou. - O planejamento, a violência e a idade dos assassinos são inacreditáveis”, disse.

Fora do tribunal, a mãe de Ghey, Esther Ghey lembrou como a sua filha era "engraçada, espirituosa e destemida". Ela pontuou que antes do julgamento houve “momentos” em que sentiu pena dos réus “porque eles arruinaram suas próprias vidas e também as nossas”.

- Agora que conhecemos a verdadeira natureza e não vendo nenhum dos dois demonstrar um pingo de remorso pelo que fizeram, perdi toda a simpatia que poderia ter anteriormente por eles -, frisou.

- Estou feliz que eles passarão muitos anos na prisão e longe da sociedade-, disse.

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