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Benny Gantz

Adversário de premiê israelense, Benny Gantz pede eleições antecipadas

A organização de eleições antecipadas precisa do acordo de 61 deputados

Ex-ministro da Defesa de Israel, Benny GantzEx-ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz - Foto: Menahem KAHANA / AFP

O ministro Benny Gantz, membro do gabinete de guerra e principal adversário do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu, na noite desta quarta-feira (3), a realização de eleições legislativas antecipadas em setembro.

"Nós vamos solicitar em breve" a realização de eleições e, "para isto, devemos marcar uma data consensual em setembro" para a celebração das legislativas, declarou Gantz, que também é deputado, em um discurso televisionado em seu gabinete na Knesset (Parlamento israelense).

A organização de eleições antecipadas precisa do acordo de 61 deputados, a maioria da Knesset, onde o Likud, partido de Netanyahu, tem a maior parte dos assentos sem, no entanto, deter a maioria.

"Estou mantendo informado o primeiro-ministro, a quem desejo boa saúde e uma pronta recuperação [após sua cirurgia no domingo], e vamos prosseguir com o diálogo sobre esta questão", acrescentou Gantz, que dirige o Partido da Unidade Nacional (centro direita).

Netanyahu teve alta do hospital na terça-feira, dois dias após ter se submetido a uma cirurgia de hérnia, segundo seu gabinete.

O Likud rejeitou imediatamente o pedido de Gantz, considerando, por meio de nota, que celebrar eleições no momento em que Israel está em guerra "levaria inevitavelmente à paralisia" e "alimentaria os combates" do Exército contra o Hamas na Faixa de Gaza.

Ao contrário, o líder da maioria democrata no Senado americano, Chuck Schumer, apoiou este apelo. "Quando um membro eminente do gabinete de guerra de Israel pede eleições antecipadas, às quais 70% da população são favoráveis, segundo uma pesquisa importante, sabemos que é a coisa certa a fazer", reagiu em sua conta na plataforma X.

O senador americano, um fervoroso apoiador de Israel e próximo do presidente Joe Biden, já havia criticado pessoalmente o primeiro-ministro israelense em 14 de março, exortando a realização de eleições em Israel. O presidente americano elogiou na ocasião o que chamou de um "bom discurso".

A legislatura atual em Israel deve se estender até o outono boreal de 2026.

Protestos contra Netanyahu reuniram milhares de pessoas nas últimas semanas e particularmente desde sábado, sobretudo em Tel Aviv e Jerusalém. Manifestantes e familiares dos reféns sequestrados em 7 de outubro em Israel pediram a demissão do primeiro-ministro.

Segundo pesquisas recentes, em caso de eleições antecipadas, Benny Gantz teria ampla vantagem sobre Netanyahu, cuja popularidade está em baixa desde o ataque sem precedentes do grupo islamista Hamas, em 7 de outubro, que deixou ao menos 1.160 mortos em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.

Mais de 250 pessoas também foram levadas como reféns para Gaza e destas, 130 ainda são mantidas cativas no território palestino, das quais 34 teriam morrido, segundo as autoridades israelenses.

Em represália, Israel lançou uma ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, que deixou perto de 33.000 mortos, também majoritariamente civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007.

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