África do Sul acusa Israel na CIJ de participar de 'atos de genocídio'
Em sua solicitação, a África afirma que os atos de Israel são de caráter genocida, pois são acompanhados da intenção de destruir os palestinos de Gaza como parte do grupo nacional
A África do Sul acusou Israel perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ) de participar de "atos de genocídio contra o povo palestino em Gaza", anunciou o tribunal, principal órgão judicial das Nações Unidas, nesta sexta-feira (29).
Em sua solicitação, a África do Sul afirma que os "atos e omissões de Israel são de caráter genocida, pois são acompanhados da intenção específica requerida (...) de destruir os palestinos de Gaza como parte do grupo nacional, racial e étnico mais amplo dos palestinos", anunciou a CIJ, com sede em Haia, em um comunicado.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel não demorou a reagir.
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"Israel repudia com desgosto a difamação (...) da África do Sul e seu recurso junto à Corte Internacional de Justiça", escreveu o porta-voz do ministério, Lior Haiat, na rede social X (antigo Twitter).
Israel nega que seu Exército esteja fazendo uso desproporcional da força em sua guerra contra o movimento islamista Hamas em Gaza.
O conflito iniciou-se em 7 de outubro, após o sangrento ataque do Hamas em Israel, que deixou cerca de 1.140 mortos, principalmente civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números israelenses.
Os combatentes islamistas também capturaram cerca de 250 pessoas, e metade delas ainda está retida no pequeno território palestino, de acordo com as autoridades israelenses.
Em resposta ao ataque, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma intensa ofensiva aérea e terrestre que deixou pelo menos 21.507 mortos, em sua maioria mulheres e menores de idade, de acordo com o último balanço do ministério da Saúde do Hamas, que governa Gaza desde 2007.