África do Sul evita questão da possível visita de Putin para reunião dos BRICS
Diplomatas dos cinco países do grupo BRICS se reuniram nesta sexta-feira (2) na Cidade do Cabo para o segundo dia de negociações
O governo da África do Sul tentou desviar a atenção nesta sexta-feira (2) de uma possível visita do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao país durante uma reunião diplomática dos países do grupo BRICS.
"Como países reunidos hoje nesta sala, juntos representamos uma maioria significativa do território, população e economia do mundo", disse a ministra sul-africana das Relações Exteriores, Naledi Pandor, que não respondeu às várias perguntas sobre o convite oficial do governo para que Putin visite a África do Sul para um encontro cúpula em agosto.
O convite foi anunciado antes de o Tribunal Penal Internacional (CPI) emitir uma ordem de detenção contra Putin.
Os diplomatas dos cinco países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reuniram nesta sexta-feira na Cidade do Cabo para o segundo dia de negociações, marcado pela ambição do grupo de estabelecer sua presença como alternativa à ordem mundial liderada pelas potências ocidentais.
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"Não podemos permitir que o conflito em uma parte do mundo substitua a ambição de erradicar a pobreza mundial, o maior desafio global", disse Pandor em seu discurso de abertura, em uma referência ao conflito na Ucrânia.
A invasão russa da Ucrânia provocou a disparada dos preços dos alimentos e da energia em grande parte do mundo, o que agravou a insegurança alimentar nos países pobres.
A Rússia é membro do grupo BRICS e mantém relações diplomáticas com a África do Sul.
Em abril, o presidente Cyril Ramaphosa afirmou que a ordem de detenção de Putin emitida pelo TPI representava um "obstáculo" para a África do Sul. Esta semana o governo sul-africano concedeu imunidade diplomática às autoridades que participarão na cúpula dos BRICS, alegando que é uma medida padrão para conferências internacionais.