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Faixa de Gaza

Agência da ONU alerta para risco de doenças por escassez de água em Gaza

Gaza enfrenta uma catástrofe iminente, uma vez que "restam 24 horas de água, eletricidade e combustível"

Faixa de Gaza Faixa de Gaza  - Foto: Said Khatib / AFP

A escassez de água na Faixa de Gaza, agravada pelo conflito com Israel, ameaça contribuir para a propagação de doenças, uma vez que muitas pessoas recorrem a fontes contaminadas, alertou, nesta segunda-feira (16), a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA).

“A grande maioria da população de Gaza ainda não tem água”, ressaltou em Nova York Juliette Touma, porta-voz da UNRWA, em entrevista coletiva de Amã.

Gaza enfrenta uma catástrofe iminente, uma vez que “restam 24 horas de água, eletricidade e combustível”, alertou mais cedo a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o bloqueio que Israel intensificou no enclave após o ataque do grupo palestino Hamas no último dia 7.

"Estamos falando em 2 milhões de pessoas que não têm água e a água está acabando, e a água é vida. A vida está acabando em Gaza", declarou Juliette, ressaltando que a organização está preocupada com a propagação de doenças transmitidas pela água, principalmente entre os deslocados.

A falta de combustível para bombear o líquido e fazer funcionar as usinas de dessalinização que o Unicef opera há anos é uma das causas da escassez de água em Gaza, à qual se soma a suspensão do fornecimento por empresas privadas israelenses.

Juliette ilustrou a situação afirmando que os escritórios da organização, que transferiu o seu centro de operações para o sul da Faixa de Gaza, limitaram o consumo a um litro por dia.

Mais de 1 milhão de palestinos desse pequeno território, densamente povoado, foram obrigados a se deslocar para o sul desde o ataque sangrento do movimento islâmico palestino.

A UNRWA fornece ajuda alimentar a quase 1,2 milhão de pessoas em Gaza. No entanto, desde o último dia 7 não chega nenhum fornecimento nem para a organização, nem para nenhuma outra agência da ONU, destinado ao pequeno enclave controlado pelo Hamas, que está totalmente isolado, afirmou Juliette.

“Sinto que o nível de desespero aumenta. Incerteza que aumenta de hora em hora, o medo... É o que nosso pessoal tem compartilhado conosco”, relatou ao porta-voz.

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