guerra na ucrânia

Agência da ONU diz que não há "risco imediato" para a usina de Zaporíjia após explosão em barragem

Rússia também descartou perigo imediato; explosão causou inundações em 24 vilarejos

Visão mais próxima de uma estrada destruída e seção da barragem de Nova Khakovka Visão mais próxima de uma estrada destruída e seção da barragem de Nova Khakovka  - Foto: Imagem de satélite 2023 Maxar Technologies/ AFP

A inundação causada pela explosão de uma grande barragem em Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia, não afetou a central de Zaporíjia, que usa água da represa atingida para sua refrigeração, informou nesta terça-feira a Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA). A Rússia também descartou um perigo imediato.

A Ucrânia, por sua vez, diz que o episódio aumenta drasticamente o risco de uma "catástrofe nuclear". A Energoatom, a operadora nuclear ucraniana, afirmou que o nível de água na reserva estava caindo, mas que no setor responsável pelo resfriamento da usina ele estava em 16,6 metros. O cenário, disse a organização, "é suficiente para as necessidades" da central atômica.

A causa exata da destruição ainda não está clara, assim como a responsabilidade pelo ataque contra a barragem de 18 km³, que compõe a hidrelétrica homônima, às margens do rio Dniéper, e sob controle russo desde o ano passado. Segundo o Ministério do Interior ucraniano, o incidente causou inundações em 24 vilarejos, mas a zona de risco engloba cerca de 80, além de partes da cidade de Kherson.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, culpou "terroristas russos" pela explosão e afirmou se tratar de um crime de guerra. O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, por sua vez, afirmou se tratar de uma "sabotagem" de Kiev, em meio a indícios de que sua contraofensiva já pode ter começado, com a intensificação dos confrontos no último dia.

Desde a madrugada, circulam vários vídeos nas redes sociais mostrando intensas explosões ao redor da barragem — outros, inclusive um postado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, retratam o alagamento. De acordo com o comandante militar ucraniano em Kherson, Oleksander Prokudin, várias localidades ficaram "completa ou parcialmente" inundadas.

"Quase 16 mil pessoas estão na zona crítica, na margem direita da região de Kherson", afirmou Prokudin nas redes sociais, alertando que a situação deveria ficar crítica por volta do fim da manhã, no horário local.

O governador de Kherson nomeado pela Rússia, Andrey Alekseyenko, disse que nenhuma grande cidade está sob ameaça de inundação após o aumento de entre "dois e quatro metros" do nível da água. Vladimir Leontiev, prefeito indicado por Moscou para Nova Kakhova, disse que forças ucranianas atacaram a barragem e causaram seu colapso parcial, afirmando que evacuariam cerca de 300 casas em vilarejos vizinhos.

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