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Agência da ONU para refugiados palestinos vive seu momento "mais sombrio", diz diretor

Mais de "650.000 crianças em Gaza", "toda uma geração", podem ficar "privadas do direito à educação", declarou Lazzarini na Assembleia Geral da ONU

Parentes lamentam a morte de Atef Al-Atout, um homem palestino que, segundo sua família, foi morto a tiros enquanto fugia de Beit Lahia, no norte da Faixa de GazaParentes lamentam a morte de Atef Al-Atout, um homem palestino que, segundo sua família, foi morto a tiros enquanto fugia de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza - Foto: Omar Al-Qattaa / AFP

A agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), banida por Israel, vive “sua hora mais sombria”, disse, nesta quarta-feira (6), seu diretor na Assembleia Geral da ONU, pedindo ajuda aos países-membros.

“Sem a intervenção dos Estados-membros, a UNRWA entrará em colapso, mergulhando milhões de palestinos no caos”, alertou Philippe Lazzarini, após a aprovação de uma lei pelo Parlamento israelense que proíbe seu trabalho nos territórios ocupados.

Na segunda-feira, Israel notificou a ONU sobre a revogação do acordo com a agência, vigente desde 1967, que fornecia educação, saúde, serviços sociais e assistência alimentar aos palestinos que vivem na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.

Mais de “650.000 crianças em Gaza”, “toda uma geração”, podem ficar “privadas do direito à educação”, declarou Lazzarini na Assembleia Geral da ONU.

“As mudanças no mandato da UNRWA são da competência da Assembleia Geral, não de um único Estado-membro”, ressaltou.

Israel acusa a agência de estar infiltrada por membros do movimento islamista Hamas, responsável pelos ataques de 7 de outubro de 2023, que desencadearam a ofensiva militar israelense em Gaza.

“Desde o início da guerra em Gaza, os oficiais israelenses consideram o desmantelamento da UNRWA como um objetivo da guerra”, com a finalidade de “eliminar o direito dos palestinos à autodeterminação e sua aspiração a uma solução política justa”, criticou Lazzarini.

Para o embaixador israelense na ONU, Danny Danon, a agência representa um “fracasso, tanto profissional quanto moral”, e “usou seu financiamento para prolongar o ciclo do terrorismo, ensinando o ódio por décadas”.

Já a Organização das Nações Unidas (ONU) considera sua agência a “coluna vertebral” da ajuda humanitária em Gaza.

Até mesmo o Conselho de Segurança da ONU, que tem enfrentado dificuldades para se manifestar com uma única voz desde o início da guerra em Gaza, destacou seu “papel vital” e pediu a Israel que respeite suas “obrigações internacionais” e o “mandato” da agência.

“Devemos agir coletivamente e com firmeza para preservar a UNRWA, permitir que cumpra seu mandato e derrotar qualquer tentativa de destruí-la”, pediu nesta quarta-feira o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour.

A UNRWA foi criada em 1949 após a guerra árabe-israelense para atender aos mais de 700.000 palestinos expulsos ou que fugiram diante do avanço das tropas israelenses.

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