AI acusa Índia de usar software de espionagem contra jornalistas
A imprensa indiana informou em novembro que a unidade de cibersegurança do país estava investigando denúncias de políticos
O governo indiano recentemente utilizou o programa de espionagem cibernética Pegasus contra jornalistas de alto perfil, denunciaram a Anistia Internacional e o jornal Washington Post em uma investigação conjunta divulgada nesta quinta-feira (28).
O spyware Pegasus, criado pela empresa israelense NSO e vendido a governos em todo o mundo, pode ser empregado para acessar mensagens de texto e e-mails, ouvir chamadas, rastrear a localização e até mesmo filmar o proprietário com sua câmera.
De acordo com a Anistia Internacional, os jornalistas Siddharth Varadarajan, do The Wire, e Anand Mangnale, do Projeto de Informação sobre Crime Organizado e Corrupção, foram alvo do spyware em seus iPhones.
"Nossas descobertas mais recentes mostram que cada vez mais jornalistas na Índia enfrentam a ameaça de vigilância ilegal somente por fazer seu trabalho, junto com outras ferramentas de repressão como detenções sob leis draconianas, campanhas de difamação, assédio e intimidação", declarou Donncha O Cearbhaill, diretor do Laboratório de Segurança da Anistia.
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O governo indiano não comentou a denúncia até o momento, mas em 2021 negou alegações similares de que teria utilizado o spyware Pegasus para monitorar opositores políticos, ativistas ou jornalistas.
A imprensa indiana informou em novembro que a unidade de cibersegurança do país estava investigando denúncias de políticos da oposição sobre tentativas de espionagem telefônica depois de receberem alertas de seus iPhones sobre "ataques patrocinados pelo Estado".
Em 2021, um consórcio de imprensa revelou que o Pegasus foi usado para espionar os telefones de centenas de políticos, jornalistas, ativistas de direitos humanos e empresários em todo o mundo.