AIEA convoca reunião extraordinária para sexta-feira após ataque a hospital na Ucrânia
O ataque gerou grande comoção na Ucrânia, que enfrenta uma guerra com a Rússia há mais de dois ano
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se reunirá na sexta-feira (12) com a sua Junta de Governadores a pedido da Ucrânia, após o ataque em Kiev contra um hospital pediátrico que coopera com este órgão da ONU, segundo um documento confidencial consultado pela AFP nesta terça-feira (9).
A capital ucraniana está de luto nesta terça pelos bombardeios russos mortais contra o hospital infantil de Okhmatdyt, que deixaram dois adultos mortos e 32 feridos, incluindo oito crianças que foram hospitalizadas, segundo o Ministério do Interior ucraniano.
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A reunião da Junta de Governadores da AIEA acontecerá na sexta-feira, às 10h (5h no horário de Brasília), na sede da organização em Viena, na Áustria, escreveu o atual presidente da junta, o embaixador argentino Holger Martinsen, em uma nota confidencial.
Este órgão, composto por 35 países, se reúne normalmente a cada três meses, mas às vezes pode ser convocado a pedido de um dos Estados-membros.
Em uma carta enviada na segunda-feira a Martinsen, o ministro ucraniano da Energia, German Galushcehnko, solicitou uma reunião "devido à situação na Ucrânia e ao ataque brutal por parte da Federação Russa a um hospital para crianças em Kiev".
O hospital pediátrico recebe "equipamento e assistência técnica da AIEA como parte de programas de cooperação" e possui "27 fontes de radiação ionizante" para tratamento de câncer, escreveu Galushchenko.
O ataque "não só põe vidas em perigo, mas também constitui uma violação flagrante dos princípios e valores da AIEA, minando os fundamentos da segurança nuclear internacional", acrescentou.
O ataque gerou grande comoção na Ucrânia, que enfrenta uma guerra com a Rússia há mais de dois anos, e entre seus aliados. Segundo Kiev, o ataque foi realizado com um míssil de cruzeiro russo Kh-101.
A Rússia disse que suas forças atacaram alvos militares, culpou a defesa antiaérea da Ucrânia e afirmou que nunca "ataca alvos civis".