AIEA pede continuidade das consultas com Ucrânia e Rússia sobre a central de Zaporizhzhia
Grossi defende o estabelecimento de uma zona de segurança ao redor da usina
O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou nesta segunda-feira (26) que está disposto a visitar Ucrânia e Rússia esta semana para dar continuidade às consultas, com o objetivo de estabelecer uma área de proteção ao redor da central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia.
"Esta guerra deve acabar. Mas antes devemos fazer tudo que estiver em nossas mãos para evitar um acidente nuclear", disse Rafael Grossi na abertura da conferência geral anual da AIEA em Viena.
A central de Zaporizhzhia, a maior da Europa, está ocupada por tropas russas desde 4 de março, pouco depois do início da invasão da Ucrânia, e foi alvo de vários bombardeios nos últimos meses.
"Se algo acontecer, não poderemos atribuir a uma catástrofe nuclear, e sim nossa própria inação", afirmou o diretor da AIEA, que visitou a central no início de setembro e mantém dois especialistas da agência no local.
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Grossi defende o estabelecimento de uma zona de segurança ao redor da usina, com o compromisso das partes de "não atacar ou bombardear a usina".
"É possível e deve ser feito. Estou pronto para continuar as consultas nos dois países esta semana para proteger a usina e estabilizar uma situação que é simplesmente inaceitável", insistiu
O diretor da agência da ONU se reuniu na semana passada, à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York, com os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
A Ucrânia defende a retirada das tropas russas.