Ucrânia

AIEA prossegue com missão na central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia apesar das hostilidades

"Houve atividade militar, inclusive esta manhã, há alguns minutos, mas não paramos, nos movimentamos", disse o diplomata argentino Rafael Grossi

Veículos russos passando na entrada da central nuclear de ZaporizhzhiaVeículos russos passando na entrada da central nuclear de Zaporizhzhia - Foto: Andrey Borodulin / AFP

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou na quinta-feira (1°) que sua missão na central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, ocupada pelas tropas russas, segue adiante, apesar das atividades militares denunciadas por Kiev e Moscou.

"Houve atividade militar, inclusive esta manhã, há alguns minutos, mas não paramos, nos movimentamos", disse o diplomata argentino Rafael Grossi na cidade de Zaporizhzhia antes de partir para a central, que fica a 120 quilômetros de distância.

"Começaremos a avaliar imediatamente a situação de segurança na central", completou Grossi.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu na quinta-feira o fim das operações militares ao redor da central nuclear de Zaporizhzhia.

"É o momento de parar de brincar com o fogo e adotar medidas concretas para proteger esta instalação e outras similares de qualquer operação militar", declarou o diretor geral do CICV, Robert Mardini, em Kiev.

"O mínimo erro de cálculo poderia desencadear devastações que lamentaremos durante décadas", acrescentou.

Durante a manhã, russos e ucranianos trocaram acusações sobre ataques ao redor da central nuclear, a maior da Europa, a duas horas de carro da cidade de Zaporizhzhia e muito perto da linha de frente da guerra.

O ministério da Defesa da Rússia denunciou em um comunicado que unidades ucranianas atravessaram o rio Dniepr, que separa as posições dos dois países, a três quilômetros da central.

"Às 6H00 (0H00 de Brasília), dois grupos de sabotadores do exército ucraniano, que podem chegar a 60 pessoas, desembarcaram a bordo de sete barcos", afirmou o ministério, que afirmou ter adotado "medidas para destruir o inimigo".

As autoridades ucranianas acusaram as tropas russas de bombardear trajeto que deve ser seguido pela missão da AIEA e a cidade onde está fica a central, Enerdogar, também sob controle de Moscou.

A delegação da agência da ONU "não pode prosseguir o deslocamento para central por razões de segurança", disse o prefeito de Enerdogar, Dmitro Orlov, que está no exílio.

Apesar da declaração, a delegação da AIEA saiu da cidade de Zaporizhzhia às 08H15 (2H15 de Brasília).

"Sabemos que há uma área cinzenta em que acaba a última linha de defesa ucraniana e começa a primeira linha das forças de ocupação russas, onde os riscos são significativos", disse Grossi antes do início do deslocamento.

"Acredito que temos que seguir adiante. Temos uma missão muito importante a cumprir", acrescentou.

Ocupada desde os primeiros dias da guerra por Moscou, a central de Zaporizhzhia foi alvo de bombardeios recentes, que provocaram uma troca de acusações entre Ucrânia e Rússia.

Veja também

Projeto de inclusão do IFPE conquista 1º lugar estadual do Prêmio IEL de Talentos
Inclusão

Projeto de inclusão do IFPE conquista 1º lugar estadual do Prêmio IEL de Talentos

Israel confirma morte de dois soldados em combates perto da fronteira com o Líbano
ORIENTE MÉDIO

Israel confirma morte de dois soldados em combates perto da fronteira com o Líbano

Newsletter