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Al Jazeera apresenta caso da morte de jornalista ao Tribunal Penal Internacional

Israel já afirmou que não vai cooperar com nenhuma investigação externa

O cinegrafista palestino Mujahed al-Saadi da TV Palestine Today lamenta com outros jornalistas o corpo da repórter veterana da Al-Jazeera Shireen Abu Aqleh em 11 de maio de 2022, no hospital de Jenin.O cinegrafista palestino Mujahed al-Saadi da TV Palestine Today lamenta com outros jornalistas o corpo da repórter veterana da Al-Jazeera Shireen Abu Aqleh em 11 de maio de 2022, no hospital de Jenin. - Foto: Jaafar Ashtiyeh / AFP

A emissora de televisão Al Jazeera (Catar) anunciou nesta terça-feira (6) que apresentou o caso da morte da jornalista Shireen Abu Akleh à Promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), alegando que ela foi assassinada pelas forças de Israel durante um trabalho de cobertura de imprensa.

A rede Al Jazeera afirmou em um comunicado que "descobriu novas evidências" sobre as circunstâncias da morte da repórter de cidadania palestina e americana, atingida por um tiro na cabeça em 11 de maio quando cobria uma operação do exército israelense em Jenin, na Cisjordânia ocupada.

O TPI não é obrigado a examinar os casos enviados por grupos ou particulares. A maioria das demandas não é investigada.

A emissora catari apresenta o pedido para que o caso seja investigado porque há "novas evidências de testemunhas e de vídeo (que) mostram claramente que Shireen e seus colegas foram atingidos por tiros disparados diretamente pelas Forças de Ocupação de Israel".

O canal de notícias menciona que "a alegação das autoridades israelenses de que Shireen foi morta por engano em um tiroteio é completamente infundada".

O TPI iniciou uma investigação sobre os crimes de guerra nos territórios palestinos, mas Israel questiona sua jurisdição.

O exército israelense admitiu em 5 de setembro a possibilidade de que um de seus soldados atirou na jornalista após confundi-la com uma militante palestina.

Mas Israel já afirmou que não vai cooperar com nenhuma investigação externa sobre a morte de Abu Akleh.

"Ninguém investigará os soldados do exército de Israel e ninguém nos dará sermão sobre a moral a guerra, muito menos a Al Jazeera", declarou o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid.

A jornalista veterana usava um colete à prova de balas com a palavra "Press" (Imprensa) e um capacete quando foi atingida por um tiro na cabeça no campo de refugiados de Jenin, um local histórico do conflito palestino-israelense.

Uma sobrinha da jornalista, Lina Abu Akleh, pediu ao TPI que investigue a morte da repórter porque as provas são "claras".

A família pediu uma reunião com o procurador Karim Kahn.

O advogado Rodney Dixon declarou que aconteceu um "encobrimento total" da morte de Abu Akleh pelas autoridades israelenses.

Ele também disse que o assassinato é parte de uma "campanha sistemática e generalizada" contra a Al Jazeera por parte de Israel, que incluiu o bombardeio no ano passado de um edifício em Gaza que abrigava os escritórios do canal de televisão.

"É uma tentativa clara de fechar e silenciar a Al Jazeera", afirmou Dixon, que pediu "justiça para Shireen".

Depois de receber uma denúncia formal de particulares ou grupos, o TPI decide de forma independente quais casos enviar para os juízes do tribunal.

Os magistrados que decidem se permitem uma investigação preliminar do procurador, que pode ser seguida por uma investigação formal e, eventualmente, na apresentação de acusações.

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