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OCEANO

Além da falta de oxigênio: veja as cinco maiores dificuldades para resgate do submarino desaparecido

Área total da busca equivale às regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, juntas

Submarino TitanSubmarino Titan - Foto: Ocean Gate/divulgação

Em uma corrida contra o relógio, equipes de resgate continuam na busca do submarino que desapareceu durante uma expedição aos destroços do Titanic, no profundo Atlântico Norte, no domingo. A operação, no entanto, enfrenta desafios logísticos que vão além dos pouco menos de dois dias de oxigênio disponível para os cinco passageiros a bordo da embarcação, como a capacidade dos equipamentos de resgate, a visibilidade no fundo do oceano e a área total de busca, que equivale às regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, juntas.

Veja abaixo quais os maiores obstáculos a serem enfrentados pelas equipes de resgate do submarino Titan:

Oxigênio
A Guarda Costeira dos Estados Unidos informou, na tarde desta terça-feira, que restam em torno de 40 horas de oxigênio disponíveis na embarcação. Isso significa que, de acordo com as informações do capitão Jamie Frederick, o estoque pode se esgotar por volta das 6h de quinta-feira (no horário de Brasília).

Equipamentos
A Marinha dos EUA tem um equipamento subaquático para resgate de embarcação tripulada (com capacidade para até 16 passageiros) — chamado Sistema Submarino de Mergulho de Resgate e Recompressão (SRDRS, na sigla em inglês) —, mas há um porém: a profundidade máxima atingida pelo veículo é de apenas 600 metros. Os destroços do Titanic, o destino final do submarino Titan, entretanto, estão em uma profundidade de quase 4 mil quilômetros no Oceano Atlântico. Nessas condições, portanto, a única forma de realizar um resgate seria com um veículo não tripulado, diferentemente do SRDRS.

Como alternativa, há o CURV-21, que a Marinha usa para resgatar objetos do fundo do mar. Esse, por sua vez, é capaz de chegar a profundidades de até 6 mil metros, mas também há um obstáculo: a capacidade de içamento do CURV-21 é de cerca de 2 toneladas, e o Titan pesa quase 10 toneladas, cinco vezes mais do que o suportado pelo equipamento.

A opção restante para a Marinha americana é o Flyaway Deep Ocean Salvage System (FADOSS, sigla em inglês), um sistema portátil de elevação de navios projetado para aguentar içamentos em oceano profundo de até 27 toneladas, sendo utilizado para a recuperação de objetos grandes, volumosos e pesados, como aeronaves ou pequenas embarcações.

Profundidade
O Titan tem capacidade para atingir uma profundidade de 4 mil quilômetros, o suficiente para chegar ao local dos destroços do Titanic. No entanto, caso ultrapasse essa profundidade, o submersível enfrentaria aumentos crescentes de pressão durante a descida, com riscos de danos estruturais significativos, o que poderia causar a entrada de água e a despressurização da cabine.

Área
A missão de encontrar o Titan, que mede cerca de 6,7 metros de comprimento, em uma área de 13 mil km² no oceano é como encontrar uma agulha no palheiro — ou um micro-ônibus rodoviário com capacidade de 10 a 20 passageiros em uma área equivalente à região metropolitana do Rio de Janeiro e de São Paulo, juntas.

Ainda não se sabe exatamente em qual ponto nessa extensa área de alcance a embarcação está localizada, o que dificulta ainda mais as buscas.

Visibilidade
Além das dificuldades anteriores, a quantidade de luz embaixo d'água também pode dificultar os trabalhos, já que a visibilidade depende da profundidade em que a pessoa se encontra. Na zona de até 200 metros, os raios penetram normalmente e é possível enxergar sem grandes dificuldades. A partir daí, até a marca de 1.000 metros, a visão se torna turva e os raios de luz solar chegam com dificuldade.

Deste ponto para baixo — isto é, onde os destroços do Titanic se encontram e onde acredita-se que a embarcação esteja localizada, uma vez que a comunicação com a base foi perdida pouco após a metade do trajeto ser concluída —, nenhum raio de luz consegue penetrar e a água se torna escuridão total. Apenas equipamentos com luz artificial permitem algum campo de visão abaixo dos 1.000 metros. (Com New York Times.)

 

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