EDUCAÇÃO

Além dos livros: de olho nas provas do Enem, psicólogas dão dicas de como se preparar 

Primeiro dia terá provas de Redação, Linguagens e Códigos e Ciências Humanas; segundo dia será preenchido por questões de Matemática e Ciências da Natureza

Psicóloga Simone Miranda fala como superar pensamentos de autossabotagem Psicóloga Simone Miranda fala como superar pensamentos de autossabotagem  - Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Tão importante quanto se dedicar aos conteúdos listados no edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é priorizar o quadro psicológico na preparação aos dois dias de provas.

O primeiro acontece neste domingo (5), tendo abordagem voltada para Redação, Ciências Humanas e Linguagens e Códigos. Com exceção da produção textual, cada área do conhecimento terá 45 questões. Para essa data, o tempo de duração do candidato com a prova é de até cinco horas e meia.

No domingo seguinte (12) serão abordados assuntos de Ciências da Natureza e Matemática, cada um contendo 45 questões. Neste dia, a duração da prova é de até cinco horas.

Nos dois dias, os portões dos locais das provas serão, seguindo o horário de Brasília, abertos às 12h e fechados às 13h - meia hora antes do início do exame. 

A previsão é de que a divulgação dos gabaritos aconteça no dia 24 de novembro. O resultado deve ser comunicado no dia 16 de janeiro do próximo ano.

Classificando o transtorno de ansiedade como pertencente ao dia a dia dos estudantes, de modo geral, a psicóloga Fátima da Costa Guimarães Carvalho, que trabalha em uma instituição de ensino no bairro da Boa Vista, na área central do Recife, relembrou características que a forma de estudar sofreu diante do cenário causado pela crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19.

 “A ansiedade é, praticamente, companheira dos alunos o ano inteiro. Nesses dois últimos anos, eles têm se queixado muito do tempo que ficaram online por causa da pandemia. Isso deixou uma lacuna no processo de aprendizado, dificultando assim a aquisição de novos conhecimentos. Gerou uma falta de confiança nele, que gera ansiedade e nervosismo”, diz.

Há formas, no entanto, de inserir práticas variadas na rotina e driblar esse sentimento. “Se alimentar bem, se desligar das telas, dormir cedo, se envolver com atividades leves, ouvir música, ler bons livros, meditar e fazer alguma atividade física”, lista.

Psicóloga Fátima da Costa fala que ansiedade é presença comum no dia a dia do estudante | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Durante a realização das provas, quando a ansiedade e o nervosismo podem aparecer numa das formas de autossabotagem da mente, sobretudo em meio ao cenário de idealizações com o futuro profissional, a dica da profissional é focar no momento presente. Saídas da sala para ir ao banheiro ou até mesmo beber água são recomendadas.

“É importante o aluno saber controlar o tempo da prova para não se enrolar e deixar de responder às questões. Começar pelas disciplinas que ele domina ou até mesmo alternar com outra que nem tanto, não perder tempo nas questões que não sabe,  passa para outra e depois volta, se sentir que está cansado, pede pra ir ao banheiro ou tomar uma água pra tentar se manter calmo e focado”, afirma.

Psicóloga clínica e neuropsicóloga, Simone Miranda, por sua vez, aposta no lado físico como aliado para uma mente saudável, reforçando as ferramentas de memória e raciocínio para o momento de resolução de questões no Enem. “Tudo é saúde mental e saúde mental é tudo. É importante buscar o equilíbrio entre corpo e mente, descansar bem, se alimentar adequadamente e, nesse momento, encontrar sua forma pessoal de relaxar. Andar de bicicleta, andar no parque, ficar com amigos e procurar acolhimento com a família. Os exercícios, além de liberar endorfina, vão diminuir estresse e ansiedade e contribuir para uma sensação de bem-estar, que faz diferença no raciocínio e também na memória”, explica.

"Tudo é saúde mental e saúde mental é tudo, defende a psicóloga Simone Miranda | Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Estar com atenção voltada às emoções também é uma estratégia exaltada por ela.

“Pensamentos geram sentimentos e sentimentos geram emoções, que podem ser positivas ou negativas. É preciso lidar com essas situações de forma natural e mais saudável. Quando o medo ou pensamento de autossabotagem bater na sua porta, diga que hoje vai vencer ele, porque pode, merece e consegue”, finaliza.
 

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