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Pandemia

Alemanha decreta confinamento parcial contra Covid-19

O fechamento inclui estabelecimentos comerciais não essenciais, escolas e creches, até 10 de janeiro

Angela MerkelAngela Merkel - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Incapaz de frear a segunda onda de covid-19, a Alemanha decretou um confinamento parcial a partir de quarta-feira e até 10 de janeiro, que inclui o fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais, escolas e creches. A chanceler alemã, Angela Merkel, citou o "número elevado de falecimentos" devido à epidemia de Covid-19 e o "crescimento exponencial" das infecções. "Somos obrigados a agir e agimos agora", disse Merkel.

Com este confinamento parcial, as empresas deverão permitir aos funcionários que trabalhem de casa ou facilitar as férias durante as próximas três semanas e meia "para aplicar em todo o país o princípio 'fique em casa'". As medidas foram adotadas por Merkel após uma reunião neste domingo com os 16 líderes regionais dos estados da federação.

"A pandemia está fora de controle", advertiu o governante da Baviera, Markus Söder, em uma entrevista coletiva ao lado da chanceler e do ministro das Finanças, Olaf Scholz. "É uma catástrofe que afeta mais as nossas vidas que qualquer outra crise nos últimos 50 anos", completou.

Na prática, os alemães estarão submetidos a um confinamento parecido ao da primavera (hemisfério norte, outono no Brasil), durante a primeira onda de covid-19. Os contatos sociais devem ser limitados ao máximo de cinco adultos de duas residências diferentes e terão que ser muito restritos de 24 a 26 de dezembro, quando os cidadãos serão autorizados apenas a encontrar os parentes mais próximos.

Além disso, quem deseja celebrar o Natal terá de reduzir ao máximo os seus contatos nos sete dias anteriores às reuniões familiares. Também será proibida a venda de bebidas alcoólicas em vias públicas a partir de quarta-feira.

Após seis semanas de fechamento total de restaurantes, bares, teatros, cinemas, museus e centros esportivos, a Alemanha constatou que estas restrições são insuficientes, sobretudo para as festas de fim de ano, quando as compras ficam mais intensas.

"A situação continua sendo muito grave (...) piorou desde a semana passada", afirmou na quinta-feira Lothar Wieler, presidente do instituto de vigilância sanitária Robert Koch (RKI) . Ele disse que a epidemia continua avançando porque a população não reduziu os contatos sociais de maneira suficiente.

O número de novas infecções diárias se aproximou de 30.000 na sexta-feira e no sábado, muito acima da média diária da primeira onda, que o país conseguiu controlar de modo mais eficiente que a maioria dos países europeus. O recorde de mortes em apenas um dia foi superado na quinta-feira, com 598.

Neste domingo, os números registraram queda, com 20.200 novas infecções em 24 horas e 321 mortes, mas durante os fins de semana muitos casos não comunicados no mesmo dia. O presidente do RKI acredita que a situação do país também se deve ao "cansaço" da população, depois de quase 10 meses de restrições inéditas. "Devemos intensificar urgentemente, e ainda mais, os esforços", declarou na sexta-feira o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, a autoridade moral do país

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