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Pandemia

Alemanha detecta variante brasileira da Covid-19 e GB teme letalidade de sua cepa

Laboratório na AlemanhaLaboratório na Alemanha - Foto: Ina Fassbender / AFP

Londres teme que a variante do novo coronavírus detectada em solo britânico, mais contagiosa, seja também mais letal, enquanto a Alemanha anunciou nesta sexta-feira (22) ter registrado a cepa brasileira em seu território.

A Europa atravessa a atual onda da Covid-19 com cifras recorde de contágios e mortes em países como Alemanha e Reino Unido, e ainda com irritação devido aos atrasos na campanha de vacinação.

Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden anunciou que aumentará a ajuda alimentar para milhões de americanos, enquanto no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar a confiabilidade das vacinas.

A imensa maioria dos países, no entanto, aposta decididamente nas campanhas maciças de vacinação para pôr fim a uma pandemia que abala as estruturas do planeta desde que surgiu há mais de um ano, na China.

 

A doença desacelerou em termos globais esta semana, exceto na América Latina, onde foi registrado um aumento de 6% de casos, com 120.900 novos contágios diários. O Peru é o país onde a pandemia acelerou mais (+56%, 4.900 novos casos diários).

A Covid-19, que surgiu na cidade chinesa de Wuhan, provocou a morte de pelo menos 2,09 milhões de pessoas em todo o mundo.

Alemanha endurece medidas, Bélgica proíbe viagens

A Europa, com 221.000 casos diários, passou à frente dos Estados Unidos e do Canadá, com 196.100.

A Alemanha, que endureceu as restrições à sua população, contabilizou mais de 50.000 falecidos. E registrou algo inquietante: o primeiro caso da chamada cepa brasileira do novo coronavírus, particularmente infecciosa.

A pessoa infectada voltou recentemente de uma viagem ao Brasil e os exames do laboratório no estado de Hesse (centro) confirmaram que havia sido infectada com a nova cepa. 

A variante surgida no Brasil também foi já foi detectada no Japão em quatro pessoas que viajaram do Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

A Alemanha anunciou o fechamento de restaurantes, cafés, instalações esportivas e culturais, escolas e todos os comércios considerados não essenciais até pelo menos 14 de fevereiro.

A Bélgica proibiu as viagens "não essenciais" ao exterior, com a ameaça de multas e controles nas fronteiras.

A Comissão Europeia já havia aconselhado na quinta-feira que todos os países da UE refletissem sobre esta proibição. 

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, jogou mais um balde d'água fria na população, submetida a um novo confinamento. 

"Agora também parece haver indícios de que a nova variante, a que foi identificada pela primeira vez em Londres e no sudeste [da Inglaterra], pode estar associada a uma maior mortalidade", afirmou durante coletiva de imprensa em Londres. 

E a França poderia ter que adotar um novo confinamento em algumas semanas se a tendência atual se mantiver, informou uma fonte governamental à AFP. 

Na Espanha, os hospitais enfrentam agora os efeitos das festas de fim de ano. 

"Começamos o dia com dois leitos livres, mas já temos uma entrada e estamos esperando a segunda. Com isso, teremos outra vez 100% da UTI ocupada", explicou, resignada, à AFP a médica intensivista Mapi Gracia, em Barcelona. 

Os contágios dispararam na Espanha, registrando recordes diários, que levaram o total de casos diagnosticados no país a 2,4 milhões e os óbitos a mais de 55.000. 

E embora a vacinação avance em todo o velho continente, à medida que os problemas de distribuição e organização de apresentações para a imunização são resolvidos lentamente, aparecem novos sobressaltos.

As entregas aos países europeus da vacina desenvolvida pela AstraZeneca/Oxford, ainda dependente de aprovação, serão menores do que o previsto devido a uma "queda no rendimento" em uma das fábricas, disse o grupo britânico nesta sexta. 

Mais ajuda nos EUA

Nos Estados Unidos, o país mais enlutado pela pandemia, com mais de 410.000 mortos, o presidente Joe Biden assinou nesta sexta-feira um decreto para aumentar a ajuda alimentar e enfrentar as consequências devastadoras da Covid-19.

Biden tinha assegurado na véspera que dirigirá uma estratégia baseada "na ciência" e não "na política" e que a mobilização será digna de "tempos de guerra".

Entre as medidas já adotadas pelo novo presidente democrata está a que estabelece que os viajantes que chegarem aos Estados Unidos deverão apresentar um exame negativo para a Covid-19 e fazer quarentena.

Sua administração também prevê fortalecer o programa de vacinação (tem como meta imunizar 100 milhões de pessoas em cem dias) e ampliar a obrigação do uso de máscaras nos transportes públicos. 

Mais ao sul, o México anunciou que as empresas privadas e os governos locais poderão importar vacinas. 

Na quinta-feira, o país registrou novos máximos diários de contágios e óbitos pela Covid-19 e já contabiliza mais de 146.000 falecimentos, tornando-se o quarto país do mundo com mais óbitos na pandemia, atrás de Estados Unidos, Brasil e Índia.

Cuba anunciou a detecção da variante sul-africana da pandemia em seu território. 

Japão quer manter os Jogos Olímpicos

No Japão, os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio reafirmaram a intenção de manter as datas previstas (de 23 de julho a 8 de agosto), em uma espécie de metáfora da "vitória da humanidade sobre o novo coronavírus", segundo o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga.

Mas praticamente não passa um dia sem notícias de um novo contágio no mundo esportivo de alto rendimento: nesta sexta, foi a vez do técnico do Real Madrid, Zinedine Zidane, informou seu clube.

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