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EUA

Aliada de Trump quer impedir deputada trans de usar banheiro feminino no Capitólio

Nos últimos anos, diversos estados republicanos aprovaram leis proibindo acesso de estudantes trans a vestiários nas escolas

A proposta provocou uma onda de indignação entre políticos democratas e defensores dos direitos da população LGBTQIAP+A proposta provocou uma onda de indignação entre políticos democratas e defensores dos direitos da população LGBTQIAP+ - Foto: AFP

A deputada republicana Nancy Mace, aliada do presidente eleito Donald Trump, apresentou nesta terça-feira uma medida para proibir mulheres trans, particularmente Sarah McBride — a primeira congressista transgênero da História do país —, de usar banheiros femininos no Capitólio, sede do Legislativo.

A proposta provocou uma onda de indignação entre políticos democratas e defensores dos direitos da população LGBTQIAP+.

Em uma publicação no X após apresentar o projeto, Mace, que é deputada pela Carolina do Sul, escreveu que "homens biológicos não pertencem aos espaços privados das mulheres, ponto final". Questionada posteriormente por repórteres sobre a implicação a McBride, ela foi enfática:

"Sarah McBride não tem direito a voz. Quero dizer, trata-se de um homem biológico ", disse a republicana, acrescentando que a legisladora "não pertence a espaços femininos, banheiros femininos, vestiários, vestiários, ponto final".

Em resposta, McBride, eleita por Delaware em novembro, classificou a proposta como "uma tentativa flagrante dos extremistas de extrema direita de desviar a atenção do fato de que eles não têm soluções reais para o que os americanos estão enfrentando."

“Deveríamos nos concentrar em reduzir os custos de moradia, saúde e cuidados infantis, e não em fabricar guerras culturais”, continuou ela. “Os moradores de Delaware me mandaram para cá para tornar o sonho americano mais acessível e econômico e é nisso que estou focada.”

Embora seja reconhecida como uma pioneira por ser a primeira pessoa trans a servir no Congresso, McBride disse que suas prioridades como legisladora serão principalmente os custos de creches, moradia, saúde pública e direitos ao aborto.

"A resolução de Nancy Mace é um movimento patético e em busca de atenção de Trump e da mídia. E as pessoas transgênero estão pagando o preço ",  reagiu o democrata Mark Pocan,chefe do Grupo de Equidade do Congresso.

O líder dos republicanos da Câmara, Mike Johnson, disse que essa é "uma questão que o Congresso nunca teve que abordar antes" e que o fará "de forma ponderada e com consenso entre os membros".

Os direitos dos transgêneros foram um tema de destaque na campanha eleitoral de novembro, na qual o ex-presidente Donald Trump reconquistou a Casa Branca e os republicanos assumiram o controle das duas casas do Congresso.

Uma das propagandas mais veiculadas por Trump para atacar a vice-presidente Kamala Harris dizia, sem provas, que ela iria autorizar crianças a realizarem cirurgias de redesignação de gênero sem a autorização dos pais.

Em diversos anúncios, sua campanha defendeu, entre outras coisas, o fim do atendimento a pessoas trans nas penitenciárias, restrições à procedimentos de afirmação de gênero e ao acesso de pessoas trans aos esportes.

Nos últimos anos, propostas semelhantes a de Mace foram aprovadas em vários estados de maioria republicana visando proibir o acesso de estudantes transgêneros a banheiros e vestiários associados às suas identidades de gênero. A mais recente foi em Ohio, que passou no Senado na semana passada e aguarda assinatura do governador do estado.

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