Alistamento militar feminino: com vagas para o Recife, confira etapas do processo
Iniciativa começou na quarta-feira (1º) e tem quase 1,5 mil vagas no País
As Forças Armadas iniciaram o processo de alistamento militar voluntário para mulheres. A iniciativa é pioneira e tem como objetivo incrementar o efetivo do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
O período do alistamento militar voluntário feminino começou na quarta-feira (1º) e segue até 30 de junho. Há 1.465 vagas destinadas a mulheres que completam 18 anos em 2025.
Interessadas precisam ficar atentas às regras do recrutamento, que é dividido em etapas.
Leia também
• Governo adia para julho de 2025 transferência de CACs do Exército para PF
• José Múcio vê alistamento feminino com bons olhos: "bom para o Brasil e para a mulher brasileira"
• Lula diz que alistamento feminino dará diversidade às Forças Armadas
A primeira fase do processo é o alistamento, que pode ser feito on-line ou presencialmente em uma Junta de Serviço Militar no Recife ou em um dos outros 27 municípios contemplados no Plano Geral de Convocação:
Águas Lindas de Goiás (GO), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Canoas (RS), Cidade Ocidental (GO), Corumbá (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Formosa (GO), Fortaleza (CE), Guaratinguetá (SP), Juiz de Fora (MG), Ladário (MS), Lagoa Santa (MG), Luziânia (GO), Manaus (AM), Novo Gama (GO), Pirassununga (SP), Planaltina (GO), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santa Maria (RS), Santo Antônio do Descoberto (GO), São Paulo (SP) e Valparaíso de Goiás (GO).
Nessa fase, as interessadas podem escolher a Força em que desejam ingressar. Serão levadas em conta a disponibilidade de vagas, a aptidão da candidata e a especificidade exigida pelo Exército, Marinha e Aeronáutica.
Em seguida, a seleção vai ser feita com base nas alistadas que atendem aos critérios das Forças Armadas e prossegue com testes físicos e inspeções de saúde, que incluem exames clínicos e laboratoriais.
Candidatas que não comparecerem à seleção serão consideradas desistentes, segundo as Forças Armadas.
No Recife, ainda segundo o Plano Geral de Convocação, as interessadas podem se alistar para o Exército e a Aeronáutica.
Alistamento feminino: incorporação
Selecionadas após o processo serão incorporadas no primeiro ou segundo semestre de 2026 (de 2 a 6 de março ou de 3 a 7 de agosto), ocupando a graduação de soldado ou marinheiro-recruta, no caso da Marinha.
Essa é a etapa limite em que é possível manifestar o desejo pela desistência, reforça o Ministério da Defesa.
Embora seja voluntário, é a partir dessa fase que o serviço militar passa a ter caráter obrigatório, com deveres e direitos.
Assim como no alistamento masculino, o serviço militar feminino tem duração de 12 meses e pode ser prorrogado por até oito anos, conforme critérios estabelecidos pelo Exército, Marinha e Aeronáutica.
Após o desligamento, as voluntárias vão para a reserva não remunerada.
Mulheres nas Forças Armadas
As Forças Armadas têm atualmente 37 mil mulheres, cerca de 10% do efetivo. A força feminina atua principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística ou têm acesso à área combatente por meio de concursos específicos em estabelecimentos de ensino, como o Colégio Naval, da Marinha, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar, da Aeronáutica.
Cuidado com golpes
O alistamento pode ser feito presencialmente nas juntas de serviço militar da Aeronáutica, Exército e Marinha; ou pela internet. Em aviso na página eletrônica, as Forças Armadas alertam contra golpes.
Segundo a informação, “golpistas atraem o cidadão que deseja emitir certificados militares com sites fraudulentos que prometem facilidades na obtenção destes documentos.” O alerta orienta que pagamentos para o alistamento só deverão ser feitos na página do alistamento.
O alistamento de mulheres era inédito no Brasil, mas já havia o ingresso de mulheres nas carreiras militares desde a década de 1980. Atualmente, 37 mil mulheres trabalham nas Forças Armadas (10% do efetivo), após aprovação em concurso público ou como militares temporárias.
Segundo nota do Ministério da Defesa, elas são lotadas principalmente “nas áreas de saúde, ensino e logística ou têm acesso à área combatente por meio de concursos públicos específicos em estabelecimentos de ensino, como o Colégio Naval (CN), da Marinha, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), da Aeronáutica.”
Entre os homens, cerca de 1,5 milhão de jovens se apresentam anualmente para o alistamento militar, mas menos de 10% são incorporados. O alistamento militar no Brasil foi regulamentado ainda no tempo do Império (1874)