Alunos com abayas e qamis não entrarão em sala "a partir de segunda-feira" na França
"Haverá uma conversa com eles para explicar-lhes o sentido da regra e porque tomamos esta decisão" afirmou ministro da Educação
Os que chegam às escolas usam abaya ou qamis (trajes muçulmanos) não poderão entrar em sala na França, mas "serão acolhidos" pelos estabelecimentos escolares, que deverão "explicar-lhes o sentido" desta proibição, disse nesta quinta-feira (31) o ministro da Educação, Gabriel Attal.
Attal, que anunciou no domingo (28) a proibição deste longo traje tradicional que cobre o corpo todo utilizado por algumas estudantes muçulmanas, destacou nesta quinta-feira que uma nova norma também incluirá o qamis, a versão masculina da vestimenta.
“Atrás do abaya, atrás do qamis, há meninas, meninos e famílias. Seres humanos com quem é preciso dialogar, aplicar pedagogia”, estimou o novo ministro da Educação.
“Serão acolhidos e haverá uma conversa com eles para explicar-lhes o sentido da regra e porque tomamos esta decisão”, afirmou, destacando que “a partir de segunda-feira” nenhum destes alunos poderá entrar em sala.
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"A laicidade é um dos valores fundamentais da escola da República Francesa", insistiu, justificando o calendário deste anuncio -antes do início das aulas- com as suas "reuniões com os diretores dos estabelecimentos" que aguardavam "uma regra clara".
Em algumas escolas “há muitas pessoas afetadas” e os diretores devem estar “acompanhados neste trabalho de mediação”, explicou o ministro.
Será enviada uma nota na qual o governo "esclarecerá a norma" e "fornecerá guias para que realizem esta transição", detalhadamente.
Segundo Attal, que não revelou o conteúdo do texto, também será enviada uma carta aos diretores dos estabelecimentos “com destino às famílias afetadas”.