América Latina e Caribe superam 800 mil mortes por Covid-19
Brasil é o país mais afetado da região, com mais de 332 mil vítimas fatais, seguidos por México com 204,399 e Colômbia com 64,293 mortes
América Latina e Caribe superaram nesta terça-feira(6) a marca de 800.000 mortes por covid-19, enquanto a vacinação avança de forma desigual no mundo e ressurgem dúvidas sobre os efeitos do fármaco da AstraZeneca.
Enquanto isso, o FMI ofereceu uma dose de esperança ao projetar uma recuperação na economia global e o governo dos Estados Unidos se prepara para anunciar que todos os adultos do país em breve estarão qualificados para a vacinação.
Com um total de 800.099 mortos (em mais de 25,3 milhões de casos), a América Latina é a segunda região mais afetada pelo coronavírus, atrás da Europa no número de óbitos (974.318), segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.
O Brasil é o país mais afetado da região, com mais de 332.000 vítimas fatais, superado apenas pelos Estados Unidos (555.000).
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Na região, seguem o México, com 204.399 morte, Colômbia com 64.293, Argentina com 56.471 e Peru com 53.138.
Os cinco países representam quase 89% das mortes na região.
Em todo mundo, o coronavírus provocou mais de 2,8 milhões de mortes e infectou 131,7 milhões.
"Restabelecer o equilíbrio"
O imunizante do laboratório anglo-sueco AstraZeneca enfrenta uma polêmica por sua possível relação com coágulos sanguíneos graves.
Uma fonte da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) confirmou "um vínculo" entre casos de trombose e pessoas que receberam a vacina.
"Está claro que há um vínculo com a vacina, que provoca esta reação. Mas ainda não sabemos por quê", disse Marco Cavaleri, diretor de estratégia de vacinas da EMA, ao jornal italiano Il Messaggero.
A EMA, que dias atrás descartou o vínculo, declarou que ainda deve se pronunciar sobre o assunto.
Vários países determinaram a aplicação desta vacina a algumas faixas etárias, como França, Alemanha e Canadá.
A Universidade de Oxford anunciou nesta terça-feira a suspensão dos testes em crianças da vacina que criou com a AstraZeneca, enquanto se aguarda uma decisão da agência farmacêutica britânica, embora tenha esclarecido que "não há preocupação" quanto à sua segurança.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) insiste nos benefícios do imunizador AstraZeneca. “Não há evidências de que a relação risco-benefício deva ser modificada”, disse Rogério Pinto de Sá Gaspar, diretor de regulação e pré-qualificação da OMS.
“Estas vantagens são verdadeiramente importantes para reduzir a mortalidade da população vacinada”, frisou, rejeitando a tendência excessiva de realçar os riscos.
“Precisamos restabelecer o equilíbrio (de nossa mensagem) sobre os benefícios que a vacina traz”, acrescentou.
Perspectiva encorajadora
Nos Estados Unidos, cuja campanha de vacinação está progredindo em um ritmo muito bom, o presidente Joe Biden se prepara para anunciar que todos os adultos poderão ser vacinados a partir de 19 de abril e não a partir de 1º de maio como originalmente planejado.
Nesse contexto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) ofereceu uma perspectiva encorajadora em seu último relatório semestral "Perspectivas da Economia Mundial".
Após uma contração global em 2020 de 3,3% devido à emergência de saúde, a pior recessão em tempos de paz desde a Grande Depressão, o FMI prevê um aumento de 6% no PIB global este ano (+0,5 pontos da projeção de janeiro) e 4,4% em 2022 (+0,2 pontos).
Também prevê que o volume de comércio de bens e serviços no mundo recupere 8,4% em 2021 e 6,5% em 2022.
"Mesmo com a grande incerteza sobre o curso da pandemia, uma saída para esta crise econômica e de saúde é cada vez mais visível", disse a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath.
Novas restrições
Enquanto a vacinação avança a um ritmo desigual no mundo, confinamentos e restrições se multiplicam devido à repercussão das infecções em vários países.
Na Colômbia quase oito milhões de habitantes de Bogotá ficarão sob confinamento estrito a partir do próximo sábado.
"A terceira onda de contágio já começou, um terceiro pico vai acontecer, mas depende do nosso comportamento (...) para que possamos controlar seus efeitos muito negativos", advertiu a prefeita Claudia López.
No Chile, que enfrenta uma aceleração dos casos, que acontece ao mesmo tempo que o rápido avanço do processo de vacinação, o Senado aprovou o adiamento por cinco semanas da eleição de prefeitos e constituintes prevista para o próximo fim de semana.
O Uruguai, considerado por meses como um exemplo de boa gestão da emergência sanitária, atualmente registra um dos maiores índices de contágio, chegando a 120.000 com mais de 1.140 mortes, desde o início da pandemia. No entanto, a vacinação prossegue em um ritmo rápido, com mais de 20% da população inoculada com a primeira ou segunda dose das vacinas CoronaVac ou Pfizer.
E na Argentina, onde as infecções também aumentaram, pessoas com sintomas compatíveis com a doença esperavam horas para fazer o teste em frente a hospitais de Buenos Aires, que nas últimas 24 horas registraram um recorde de infecções.
A Índia, uma potência produtora de vacinas, luta para conter a propagação do vírus. Nova Delhi e o centro financeiro de Mumbai impuseram nesta terça-feira toques de recolher noturnos.
Outros países, no entanto, aliviados com o progresso da vacinação, decidiram flexibilizar as restrições.
O Reino Unido, por exemplo, anunciou a reabertura em 12 de abril na Inglaterra de comércios não essenciais, mas recusou autorizar novamente as viagens.
Portugal e Grécia também avançaram na contenção da crise.
E o estado mais populoso dos Estados Unidos, a Califórnia, anunciou que espera uma reabertura total em 15 de junho.