Americana é 1ª pessoa a receber transplante duplo de pulmão totalmente robótico: 'Inacreditável'
Sistema Da Vinci X preparou coração e vias aéreas e implantou novos órgãos na paciente; cirurgiã responsável acredita em benefícios para pós-operatório
Uma americana recebeu alta esta semana depois de tornar-se a primeira pessoa a receber um duplo transplante de pulmão totalmente robótico. Cheryl Mehrkar passou pelo procedimento inédito e minimamente invasivo em 22 de outubro, sob a supervisão de Stephanie H. Chang, professora associada do Departamento de Cirurgia Cardiotorácica da NYU Grossman School of Medicine.
Durante a cirurgia, Stephanie H. Chang fez incisões entre as costelas da paciente antes da entrada em ação do Da Vinci Xi, um sistema robótico que removeu os pulmões doentes, preparou o coração e as vias aéreas e implantou os novos órgãos.
— Estou impressionada, é uma coisa inacreditável — disse Cheryl Mehrkar, de 57 anos, ao New The Post, após receber alta da NYU Langone Health.
Cheryl Mehrkar notou os primeiros sintomas quinze anos atrás, quando dava aulas de caratê. Ela foi diagnosticada em 2010 com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). De acordo com o NY Post, ela desenvolveu quadros de enfisema e bronquite crônica, além de outros obstáculos ao fluxo de ar nos pulmões. A infecção por Covid-19 piorou o estado de saúde.
De acordo com Stephanie H. Chang, o procedimento robótico deve gerar benefícios para o pós-operatório da paciente.
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— Os benefícios são incisões significativamente menores, então melhor cura para o paciente e menos dor pós-operatória — explicou a diretora cirúrgica do Programa de Transplante de Pulmão do NYU Langone Transplant Institute.
O NY Post destaca que o instituto realizou 76 transplantes de pulmão em 2023. Meses atrás, Stephanie H. Chang chamou a atenção da comunidade médica ao liderar o primeiro transplante de pulmão totalmente robótico. O caso de Cheryl Mehrkar foi especial, porém, já a maioria dos pacientes recebe duplo transplante, o que elevou a importância de aprimoramento da técnica inovadora.
— Precisávamos melhorar a técnica única para que fosse curta e eficiente o suficiente para que pudéssemos fazer dois [pulmões] em um curto período sem nenhum dano aos novos órgãos — ressaltou ao NY Post.
O procedimento de Cheryl Mehrkar durou sete horas, e a paciente conseguiu "respirar bem" quase imediatamente, segundo ela contou ao jornal americano. Ela descreveu a experiência como "positiva" e prometeu enviar uma carta à família do doador para agradecer pelos pulmões.