Américo: O Guardião da Palavra e da Verdade
Há homens que atravessam a vida em silêncio, mas cujo legado ressoa por gerações. São aqueles que não buscam os holofotes, mas iluminam o caminho dos que vêm depois. Américo é um desses homens. Seu nome não estampa manchetes, mas sua presença é sentida em cada linha impressa na Folha de Pernambuco, o jornal que ele, há tanto tempo, guarda e orienta como um farol na escuridão da desinformação.
Homem simples, de gestos contidos e palavras medidas, Américo nunca precisou levantar a voz para ser ouvido. Seu silêncio sempre teve mais peso do que discursos inflamados. Não falava por falar; quando dizia algo, cada palavra encontrava seu lugar certo, como se carregasse um compromisso com a verdade e com o equilíbrio. E assim construiu sua vida, como um arquiteto paciente, assentando tijolos de integridade, coerência e compromisso inabalável com o dever.
A Folha de Pernambuco foi, e ainda é, sua grande trincheira. Tudo o que se publica no jornal passa pelo crivo de sua análise serena, pelo olhar de quem não se deixa levar por modismos ou interesses passageiros. Ele vê além da manchete, além do impacto imediato. Ele entende que a notícia tem um propósito maior: informar, formar e, sobretudo, respeitar a inteligência e o direito do leitor à verdade.
Américo nunca precisou dos títulos e das formalidades do poder. Sempre foi o braço direito de Dr. Eduardo Monteiro, presidente do Grupo EQM, mas nunca fez disso um pedestal. Pelo contrário, sua lealdade e discrição sempre foram marcas de sua grandeza. Ele sabe que a verdadeira força de um homem não está em seu cargo, mas na forma como ele honra suas responsabilidades. E ele as honrou, dia após dia, década após década.
Hoje, o tempo pesa. A idade cobra seu tributo, e a saúde já não é a mesma. Mas Américo continua. De cabeça erguida, firme, com o olhar atento e a mesma dedicação de sempre. Para ele, o jornalismo não é um ofício passageiro, não é uma ocupação, mas uma missão. Uma missão que ele cumpre com dignidade, deixando um legado que jamais se apagará.
É justo que se preste homenagem a um homem assim. Não apenas pelo profissional que sempre foi, mas pelo ser humano que nunca se deixou corromper pelas facilidades da vida. Américo nunca se desviou do que realmente importa: a ética, a lealdade, o respeito à palavra dada e à verdade dos fatos.
Seus filhos, sua família, seus amigos e colegas de trabalho carregarão seu exemplo. Um exemplo de um homem que não precisou gritar para ser ouvido, que soube dar valor ao que realmente tem valor, que soube construir um caminho de honra e integridade.
E quando o tempo o chamar para o descanso merecido, sua história não será esquecida. Ela estará gravada em cada edição da Folha de Pernambuco, em cada jornalista que aprendeu com ele, em cada leitor que encontrou no jornalismo um refúgio contra a desinformação.
Porque homens como Américo não passam. Eles permanecem.
* Médico, empresário, escritor
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