AMNB e Rede de Mulheres Negras do Nordeste lançam agenda coletiva para a 5ª edição do Março de Lutas
Serão mais de 40 atividades, incluindo rodas de conversa, atos, seminários e lançamentos de campanhas
No mês de março, que marca o Dia Internacional das Mulheres, a Articulação de Organizações de Mulheres Negras do Brasil (AMNB) e a Rede de Mulheres Negras do Nordeste lançaram, na última terça-feira (7), uma agenda coletiva para a quinta edição do Março de Lutas. Esse ano, o evento tem como tema “Reparação no Brasil: o que as mulheres negras estão pensando?” e contará com programações que ocorrerão ao longo do mês em todo o Brasil.
Maior grupo demográfico do Brasil, as mulheres negras são também as maiores afetadas pelas desigualdades sociais, retrato de um país que ainda vive sob a égide de uma herança colonial. Nesse sentido, o debate sobre reparação surge com a necessidade de chamar atenção para a dívida histórica que possui com a população negra, em especial mulheres negras, pelos mais de três séculos de escravidão no país.
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Buscando trazer tonicidade à temática, a AMNB e a Rede de Mulheres Negras do Nordeste construíram uma agenda coletiva com programações nacionais e regionais. São mais de 40 atividades, incluindo rodas de conversa, atos, seminários e lançamentos de campanhas.
Um ponto alto da programação será no próximo dia 21, data que marca o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. Neste dia, serão organizados diversos atos pelo Nordeste e em outras regiões do país.
Uma das organizadoras do Março de Lutas e coordenadora da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, Halda Regina destacou a importância da mobilização em busca do protagonismo do feminismo negro. "O oito de março ainda traz aquele discurso de que se há pauta das mulheres ali também estarão inseridas as pautas das mulheres negras, mas sabemos que isso não acontece", disse de início.
"O Março de Lutas tem essa importância, ele enrobustece e alimenta o oito de março quando pautamos as lutas diversas das mulheres negras", completou.
Reiterando o posicionamento de Halda, Cleusa Aparecida, que integra a AMNB e o Março de Lutas, diz que essa precisa ser uma reivindicação conjunta com todos os setores da sociedade. "Convidamos todos a participarem dessa agenda de incidência política em todo solo brasileiro", frisou Cleusa, que mencionou ainda o Março de Lutas também como um momento propício para iniciar a construção da Marcha de Mulheres Negras+10, que deve ocorrer em novembro de 2025, ano em que a primeira edição completa uma década.
Março de Lutas
Criado em 2019, o Março de Lutas é uma agenda coletiva para reafirmar a resistência negra no Brasil. O objetivo é que mulheres negras brasileiras protagonizem uma chamada para compartilhar práticas, experiências e viabilizar denúncias que fortaleçam o enfrentamento ao racismo, sexismo e lesbofobia.