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EDUCAÇÃO

Amor e acolhimento são trunfos do "Projeto Transforma", pré-vestibular sediado na Esmape

Localizado no bairro de Joana Bezerra, projeto leva alunos ao encontro de um lugar seguro para explorar suas potencialidades

Alunos do Projeto Transforma participam do debate de ciências humanas, uma semana antes do início da prova do ENEM Alunos do Projeto Transforma participam do debate de ciências humanas, uma semana antes do início da prova do ENEM  - Foto: Folha de Pernambuco

Paulo Freire, patrono da educação brasileira, dizia que "Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas mudam o mundo".

E é bebendo dessa ideia do educador pernambucano que nasceu o Projeto Transforma, pré-vestibular social que tem por objetivo oportunizar jovens da Região Metropolitana do Recife (RMR) a trilharem um caminho até a emancipação pessoal por meio da educação. 

"A nossa intenção com esse projeto que oferece a preparação gratuita para as provas do Enem surgiu na época da pandemia. Foi a maneira que encontramos para ajudar os alunos de escolas públicas. É uma forma de inclusão social e geração de oportunidade para esses jovens desenvolverem seus talentos e terem chances no mercado de trabalho", detalhou uma das voluntárias, Maria Monteiro. 

As orientações ocorrem nas instalações da Escola Judicial de Pernambuco (Esmape).  A instituição localizada no bairro de Joana Bezerra, se mostra preocupada em se conectar com a sociedade e de prestar um serviço para o bem comum.

"A forma de pensar de ser útil (para o desenvolvimento comunitário), veio atráves do ensino praparatório para o ENEM, quero dizer inicialmente que essa ideia surgiu de servidores do Tribunal de Justiça de Pernambuco, que estavam preocupados com a situação da integração da Escola à comunidade e a diretoria autorizou, deu apoio e incentivo para que ocorra permanentemente, pois acreditamos que é necessário esse papel social", declarou o juiz Silvio Romero Beltrão, supervisor da Esmape.

Fugindo à regra 
Pré-vestibulares, cursinhos preparatórios ou isoladas, qualquer que seja a demonimação dada, são ambientes que podem passar a ideia de um local em que os alunos serão submetidos a uma grande carga de conteúdo, sendo reforçadas até a exaustão regras, fórmulas, datas e por fim, técnicas para melhor solucionar as questões que serão encaradas no dia do ENEM

No "Transforma" o que se busca é um caminho diferente, com metodologia mais lúdica, construtiva, em que o aluno é o produtor do próprio conhecimento, quebrando com a estrutura tradicional da educação como transferência.

"A gente rompe com isso aqui no Transforma, dessa ideia que o professor transfere conhecimento ao aluno. Entedemos que é algo a ser construído aos poucos, com muito diálogo, é uma troca entre educandos e educadores", disse o professor Paulo, um dos voluntários do projeto. 

"A gente tenta dizer para o aluno que ele é um ator ativo dentro da sala de aula, ele não está numa posição passiva apenas esperando o conteúdo", complementou Gastão Cerquinha, coordenador do projeto. 

Durante as aulas do projeto, os alunos são divididos em dois grupos que vão disputar entre si. A proposta é para que o ambiente seja mais dinâmico e interativo. Assim, o aprendizado ganha valores de dedicação, disciplina e persistência, de forma natural, desenvolvendo habilidades importantes ao processo de preparação.

"Por exemplo, a gente faz que as questões de matemática se tornem desafios, jogos, porque a gente sabe que é um tipo de linguagem, que muitos têm dificuldade de compreender, por isso, fazemos um esforço grande para ensinar de um modo mais simples", disse Tatiane Guedes, coordenadora e professora do Transforma. 

Acolhimento e valorização das trajetórias pessoais  
Para muitos dos alunos que passam pelo projeto, o "Transforma" é a chance de estar em um espaço seguro e onde se pode encontrar pessoas que respeitam e acreditam nos sonhos deles.

"Eu estive nos Transforma há apenas três semanas e vem sendo incrível, porque é uma sensação acolhedora o fato que você ter uma pessoa lhe monitorando e ajudando, é algo muito importante. Eles estão sempre se esforçando para ajudar na nossa disciplina, além do fato deles estarem exergando cada potencialo que é incrível", disse Sara Lacerda, aluna de 22 anos. 

Do mesmo modo pensa Victoria, 19, que sonha com a graduação de Licenciatura em Ciências Biológicas. Mesmo estando empregada em outra área, a jovem se mantém firme no projeto de ingressar numa universidade pública e aposta seu futuro na eduação. "Quero ser professora porque acredito na educação, é o caminho mais seguro para alcançar uma mudança de vida", disse. 

A futura professora percebe no projeto um local propício para pode desenvolver aquilo que almeja acadêmicamente.

"Aqui conheci pessoas maravilhosas, que me apoiam, me acolheram e acreditam nos meus sonhos. Nas aulas eles colocam algo muito importante, o amor. É possível ver que para os professores esse é o princípio fundamental, conseguimos enxergar essa vontade de querer ensinar e isso é o que me motiva, porque o amor é o que transforma", complementou a estudante.   

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