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DIPLOMACIA

Amorim se reuniu com embaixador da Argentina no Brasil, que poderia ser mantido por Milei

Scioli esteve no Palácio do Planalto para conversar sobre as relações bilaterais

Celso AmorimCelso Amorim - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, reuniu-se nesta sexta-feira (24) com o Assessor Especial da Presidência da República, Celso Amorim, no Palácio do Planalto. O encontro, comentaram fontes que acompanham os esforços de diplomáticos e colaboradores do presidente eleito do argentino, Javier Milei, para preservar a relação bilateral, foi positivo.

Scioli tem boas relações com membros da futura administração argentina e poderia permanecer no cargo após 10 de dezembro, quando Milei será empossado. O embaixador, que, como representante do governo do peronista Alberto Fernández, conseguiu — para surpresa de muitos — estabelecer um bom vínculo com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, é peça-chave para que o vínculo entre Brasil e Argentina não entre numa nova fase de crise e tensão.

A conversa entre Amorim e Scioli durou cerca de uma hora e, durante ela, foram tratados temas do relacionamento bilateral, comentaram as fontes. O embaixador argentino, que, procurado, não quis fazer comentários, é um forte defensor da aliança estratégica entre os dois países.

Desde que Milei venceu as eleições presidenciais argentinas com mais de 55% dos votos, os esforços para aproximar posições com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se intensificaram, sobretudo em Buenos Aires.

Figuras essenciais nesse relacionamento, entre elas o embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli, têm um canal aberto com colaboradores e futuros ministros do governo de Milei, entre eles a futura Ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino. As conversas têm tido vários objetivos, entre eles trabalhar para criar condições que viabilizem a presença de Lula na posse, e, acima de tudo, desestressar o vínculo bilateral.

Durante a campanha, Milei referiu-se ao presidente brasileiro como comunista e corrupto e, assim como moderou seu discurso em relação ao Papa Francisco, o governo do presidente americano Joe Biden e o governo da China, espera-se que possa, também, moderar-se em relação à Lula. Já o presidente brasileiro apoiou abertamente a candidatura do peronista Sergio Massa.

O presidente eleito argentino já disse que, se vier à posse, o chefe de Estado brasileiro "será bem recebido”. Mas a última palavra é de Lula, e ainda não foi dada.

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