Analfabetismo atinge 833 mil pessoas em Pernambuco e é maior entre pretos, pardos e idosos
Segundo o IBGE, três em cada dez idosos não sabem ler nem escrever no Estado
Pretos, pardos e idosos são os grupos com mais analfabetos em Pernambuco. É o que mostra o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, divulgada nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento mostra que, ao todo, 833 mil pernambucanos chegaram ao final de 2022 sem saber ler e escrever. Entre os pretos e pardos, a taxa é de 12,1%; no grupo dos idosos, 30,1% são analfabetos.
No total da população do Estado, a taxa de analfabetismo entre quem tem 15 anos ou mais estacionou em 11%. Esse percentual é igual aos de 2018 e 2019 - em 2020 e 2021, a pesquisa foi suspensa por conta da pandemia de Covid-19.
Proporcionalmente, o percentual de analfabetismo pernambucano é quase o dobro da média brasileira (5,6%).
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No recorte por cor ou raça, o estudo indica que:
- 9% das pessoas de 15 anos ou mais de cor branca são analfabetas;
- esse percentual sobe para 12,1% entre os pretos e pardos.
Já quando se levam em consideração as faixas etárias, 30,1% dos habitantes de Pernambuco com 60 anos ou mais não sabiam ler nem escrever em 2022. Esse percentual corresponde a 420 mil pessoas.
Na Região Metropolitana do Recife, o analfabetismo é de 5,2% entre quem tem 15 anos e mais - o número aumenta para 13,5% na faixa de pessoas acima de 60 anos.
Anos de estudo
O número médio de anos de estudo dos pernambucanos aumentou 0,1 ano entre 2019 e 2022. A população de 15 anos ou mais passou de 9 para 9,1 anos de estudo, enquanto a população de 25 anos ou mais passou de 8,6 para 8,8 anos de estudo.
A pesquisa também detectou que, em Pernambuco, as mulheres permaneciam mais escolarizadas do que os homens e pessoas brancas tiveram indicadores educacionais melhores que os das pessoas pretas ou pardas.
Entre as mulheres de 15 anos ou mais, o número médio de anos de estudo foi de 9,4 anos, enquanto para os homens da mesma faixa etária, 8,8 anos.
Com relação à cor ou raça, a diferença foi maior, com 9,8 anos de estudo para as pessoas brancas de 15 anos ou mais e 8,8 anos para as pessoas pretas ou pardas da mesma faixa de idade.