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Anestesista acusado de abusar de mulher após parto fez 90 cesáreas em quatro hospitais do RJ

Dado consta em documento enviado pela Secretaria estadual de Saúde à Defensoria Pública

Anestesista Giovanni Quintella Bezerra estuprou mulher que estava em trabalho de partoAnestesista Giovanni Quintella Bezerra estuprou mulher que estava em trabalho de parto - Foto: Reprodução/Instagram

O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, preso por abusar sexualmente de uma puérpera após dar à luz no Hospital da Mulher, em Vilar dos Teles, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, atuou em 90 cirurgias cesarianas em quatro hospitais geridos pelo governo do estado do Rio de Janeiro, entre maio de 2021 e julho de 2022.

A informação consta em um ofício da Secretaria estadual de Saúde (SES) do Rio, emitido por meio da Subsecretaria de Atenção à Saúde, enviado para resposta a um questionamento da Defensoria Pública fluminense sobre o caso.

Segundo a SES, a maioria dos partos realizados pelo médico não ocorreu no Hospital estadual Heloneida Studart onde ele foi filmado e flagrado pela equipe de enfermagem ao estuprar uma paciente, o que levou à prisão. Nesse local ele realizou 29 partos cesáreos. Segundo o relatório, a maior parte dos procedimentos ocorreu no Hospital estadual da Mãe, em Mesquita, também na Baixada Fluminense: foram 37 partos.

Já na cidade vizinha, em Duque de Caxias, ele realizou nove cesáreas no Hospital municipal Adão Pereira Nunes. Os outros 15 partos ocorreram no Hospital estadual Azevedo Lima, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

No último dia 19, o médico foi indiciado pela Polícia Civil por estupro de vulnerável, em caso conduzido pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti. O Ministério Público estadual aceitou o indiciamento e o denunciou à justiça, que por sua vez o tornou réu. A decisão é do juiz Luís Gustavo Vasques, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, do Tribunal de Justiça do Rio.

O comportamento do médico, com uso excessivo de anestésico e com o uso indevido de um capote durante os partos que impedia que os demais profissionais pudessem observar sua atuação durante o parto, chamou a atenção de enfermeiras e técnicas de enfermagem.

O anestesista está preso desde 10 de julho. No dia seguinte, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva, durante audiência de custódia na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. Atualmente, o médico está preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, também conhecida como Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Ele está na cela que abrigou o ex-deputado federal Roberto Jefferson. O Globo não conseguiu localizar a defesa do médico.

O médico foi suspenso pelo Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), que abriu processo ético-disciplinar contra o anestesista. A SES informou, na ocasião, que abriu uma sindicância e notificou o Cremerj. A Secretaria informou ainda que a direção do Hospital da Mulher Heloneida Studart presta apoio à vítima e familiares.

O documento é assinado por Silvana V.P. O. Pereira, superintendente de unidades próprias e pré-hospitalares da SES. A resposta foi encaminhada à Defensoria Pública no último dia 25 de julho. Quem solicitou o número de cesarianas feitas pelo médico foram as defensoras públicas Thaisa Guerreiro de Souza, Alessandra Nascimento Rocha Glória e Elaine Arese Martinez Cal. A informação inicial foi divulgada pela CNN Brasil e confirmada pelo O Globo.

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