Preso por estupro

Anestesista preso por estupro durante parto vai acompanhar julgamento por videoconferência

Giovanni Quintella Bezerra está preso há cinco meses

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra flagrado abusando sexualmente de paciente sedada no Rio de JaneiroO anestesista Giovanni Quintella Bezerra flagrado abusando sexualmente de paciente sedada no Rio de Janeiro - Foto: Reprodução / Redes sociais

Começa na tarde desta segunda-feira (12) a primeira audiência de instrução e julgamento do processo contra o anestesista Giovanni Bezerra Quintella, no Fórum de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro O processo pode durar, no máximo, 60 dias. Preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, o acusado será o último a falar e participará por videoconferência por questões de segurança e logística. Os primeiros a serem ouvidos serão a vítima e o marido dela.

O juiz Marcio da Costa Cortazio Correa, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, está à frente do processo.

Depois, prestarão depoimento oito testemunhas de acusação, entre elas Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, e os profissionais do Hospital da Mulher Heloneida Stuart, seguidas das oito de defesa. Quintella foi preso e autuado em flagrante há cinco meses na unidade de saúde, acusado de estuprar uma paciente durante o parto cesariana. O flagrante foi feito por funcionários do hospital, que estranharam atitudes de Giovanni e filmaram a ação.

— Ela está muito abalada, tem muita dificuldade de sair na rua, de se comunicar, até mesmo de interagir com os próprios filhos. Está com muita dificuldade. Toda vez que vê alguém com semelhança física a do réu, fica bem mexida. Ela tem expectativa de que acabe logo esse pesadelo, que ele seja condenado. Vamos briga e lutar pela pena máxima com as agravantes e venha a ter uma ação pedagógica — diz o advogado Francisco Bandeira de Lima.

O crime foi flagrado por enfermeiras que desconfiaram de atitudes suspeitas do médico durante a realização de outros partos. Com um celular escondido num armário com porta de vidro, elas conseguiram registrar as imagens.

O laudo da perícia constatou que o médico aplicou sete vezes os sedativos na vítima. De acordo com os peritos, a quantidade ultrapassa a quantidade usual utilizada em cesarianas, como foi notado pela equipe de enfermeiras que registraram o crime em vídeo. Outro detalhe, divulgado pelo "Fantástico" após acesso ao vídeo de 1h e 36 minutos utilizado para denunciar Giovanni, é que as vias aéreas da gestante foram obstruídas pelo profissional. O estupro durou 10 minutos ao todo.

Após a prisão, o Ministério Público apresentou uma denúncia que aponta crime de estupro de vulnerável. Além disso, são mais de 40 possíveis casos investigados pela Polícia Civil envolvendo pacientes do anestesista. Giovanni esteve aguardando julgamento preso no pavilhão 8 do Complexo Penitenciário de Gericinó, antigo Complexo Penitenciário de Bangu. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), ele segue em cela coletiva e a participação por videoconferência cumpre uma decisão judicial.

A defesa do acusado alegou que as imagens foram feitas ilegalmente, pois o celular estava escondido dentro de um armário dentro da sala de parto. No entanto, a alegação não foi aceita. A Justiça afirmou que em situações de crime como esta, da vítima estar sedada, a equipe foi correta em protegê-la coletando provas. Outro pedido da defesa foi para o cliente responder em liberdade, além da realização de um teste psicológico, pois Giovanni teria transtornos e utilizaria medicamentos para o aumento do apetite sexual, também negado pela Justiça.

Em entrevista ao "Fantástico", a vítima relatou o sofrimento após sofrer abuso durante o parto do filho.

— Em vez de eu sair pela porta da frente, com meu filho no colo, eu saí pelos fundos do hospital. Escondida. Com vergonha. O que eu quero é que ele não possa mais tocar em mulher nenhuma dessa forma — disse a vítima em entrevista exibida no programa de TV.

Segundo a defesa, a criança, filha da vítima, está “na medida do possível, bem de saúde”, que foi privada da amamentação por conta do coquetel que a mãe teve de tomar por medida de cuidado após o estupro.

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