Angolano preso com cocaína no estômago queria pagar dívidas de construção de colégio, diz PF
Estrangeiro teve a prisão preventiva confirmada e seguiu para o Cotel
O angolano de 43 anos preso com cocaína no estômago no Aeroporto do Recife contou em depoimento à Polícia Federal (PF) que aceitou transportar a droga por ter uma dívida com professores de um colégio que construiu em Luanda, capital de Angola. Segundo ele, o empreendimento não deu certo por causa da situação de pobreza da comunidade. A dívida contraída era de cerca de US$ 1,7 mil dólares (R$ 7,3 mil reais). Ele trabalhava atualmente como garçom e morava há 10 anos em Bruxelas, na Bélgica. Os detalhes foram divulgados nesta quinta-feira (13) pela PF.
Na quarta-feira (5), o angolano passou mal e teve crises convulsivas em um avião da TAP que operava a rota Guarulhos-Lisboa. A aeronave precisou realizar um pouso de emergência no Aeroporto do Recife. Ele terminou de expelir cerca de 910 gramas de cocaína repartidas em 91 cápsulas na terça-feira (11), no Hospital Getúlio Vargas, na Zona Oeste do Recife, onde estava internado havia uma semana.
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Para sanar a dívida, ele aceitou servir como transportador de drogas para o tráfico internacional, figura popularmente conhecida como "mula". Um amigo ofereceu US$ 5 mil dólares (R$ 21,5 mil) para ele levar a droga até Lisboa, capital de Portugal. O angolano informou que engoliu a droga em São Paulo e recebeu as passagens aéreas compradas por integrantes da quadrilha.
Em audiência de custódia nessa quarta-feira (12), foi confirmada a prisão preventiva do estrangeiro, que foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR), onde ficará à disposição da Justiça. Caso condenado, o angolano poderá pegar penas de cinco a 20 de reclusão pelo crime de tráfico internacional de drogas.