Anistia Internacional destaca 'aumento alarmante' de execuções no mundo
Ao menos 579 execuções foram realizadas em 18 países em 2021
O relaxamento das restrições pela pandemia de Covid-19 coincidiu com um "aumento alarmante" das execuções em todo o mundo em 2021, informou nesta terça (noite de segunda, 23, no Brasil) a Anistia Internacional, que reportou uma deterioração da situação em Irã, Arábia Saudita e Mianmar.
Ao menos 579 execuções foram realizadas em 18 países em 2021, um aumento de 20% com relação a 2020, segundo o relatório anual da organização.
O Irã teve a maior alta e registrou um recorde em quatro anos, com cerca de 314 pessoas executadas, enquanto em 2020 foram 246.
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A Anistia Internacional destacou um aumento nas execuções relacionadas com questão de drogas, o que denunciou como uma "violação flagrante das leis internacionais", mas só permitem a aplicação da pena capital por crimes que envolvem homicídio doloso.
A Arábia Saudita também registrou um aumento das execuções com cerca de 85 pessoas, mais que o dobro de 2020, e em Mianmar foram registradas cerca de 90 condenações executadas.
"Em 2021 houve um aumento alarmante das execuções e das condenações à morte na medida em que alguns dos países com maior número de execuções retomaram suas atividades e os tribunais foram liberados das restrições impostas pela covid", destacou a Anistia no relatório.
Os números do estudo não incluem as sentenças e execuções de China, Coreia do Norte e Vietnã.
"China, Coreia do Norte e Vietnã continuam ocultando o uso da pena de morte, mas como sempre, o pouco que sabemos é causa de alarme", disse a secretaria-geral da Anistia, Agnes Callamard.