CIDADES-IRMÃS

Aniversário de Olinda e Recife: a rotina de quem mora em uma cidade e passa o dia em outra

Há pessoas que dividem o dia entre os dois municípios

João Martins e Luciana Melo contam experiências de vida nas cidades-irmãsJoão Martins e Luciana Melo contam experiências de vida nas cidades-irmãs - Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

As cidades-irmãs Olinda e Recife completam idade nova hoje. Chegam a 489 e 487 anos, respectivamente. Apesar da proximidade entre os dois municípios, há pessoas que vivem diariamente a rotina do tráfego intermunicipal entre elas, seja para trabalhar, estudar ou cumprir outras atividades. A Veneza Brasileira e a Marim dos Caetés, na verdade, tornam-se as duas casas de quem adotou esse modelo de vida.

Um exemplo de quem se divide entre dois municípios é Luciana Melo, de 44 anos. Ela mora em Campo Grande, Zona Norte do Recife, mas trabalha há cinco anos como agente de registro de certificação digital, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Bairro Novo, Olinda. Ela sai de casa às 7h e volta às 18h. Nesse vai e vem, mal dá para Luciana aproveitar a cidade que escolheu para morar. Ela aproveita as oportunidades e faz quase tudo em Olinda.

“Eu almoço no trabalho mesmo e, se tenho algo para resolver, também faço por aqui. Em Olinda, eu faço minhas compras, consulta médica e até mesmo o lazer, como bares e restaurante. Na orla, gosto do Caldeirão e do Estrela de Olinda. Já no Sítio Histórico frequento o Donna Massa e o Morada Bonfim Cafeteria”, explicou.

Luciana Melo, de 44 anos, mora no Recife e trabalha em OlindaLuciana Melo, de 44 anos, mora no Recife e trabalha em Olinda | Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco 

Ao largar do trabalho, Melo costuma fazer caminhadas, tanto na orla como nas ladeiras de Olinda. Quando tem oportunidade, ela também caminha na praça do Hipódromo, perto de onde reside. Ela considera o local como “calmo” e “seguro”.

“Evito ir para longe de casa, até para não pegar muito trânsito mesmo. Eu amo tanto o Recife como Olinda, porque essas duas cidades têm histórias lindas”, destaca.

João Martins, de 24 anos, faz o itinerário contrário ao de Luciana. Ele mora no Varadouro, Olinda, e trabalha com Planejamento e Logística no Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), que tem dois escritórios, um em Boa Viagem, na Zona Sul, e outro no Bairro do Recife, no centro da cidade. Ele trabalha em home office e comparece a empresa em momentos pontuais.

Martins cumpre expediente das 8h às 17h, de segunda a sexta, e tem duas horas de intervalo para almoço. É este tempo que ele usa para se deslocar para a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), no bairro de Dois Irmãos, Zona Norte do Recife, onde estuda Letras, à tarde e emenda já com o turno da noite.

João Martins, 24, mora em Olinda e trabalha no RecifeJoão Martins, 24, mora em Olinda e trabalha no Recife | Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

Com a rotina dividida entre esses dois "mundos", o jovem explica que aproveita festas com as amizades que fez no Recife.

"Sempre estamos marcando encontros em lugares no Pagode do Didi, Bar da Morgana, Recife Antigo, Casa Bacurau, cinemas da Fundação, museus, parques e festas privadas", diz.

"Olinda é cultura em essência. Andar pelas suas ruas me deixa mais calmo e mais conectado comigo mesmo. Não moro exatamente no Sítio Histórico. A minha casa fica à margem dele, de fato na periferia. Ainda assim sempre faço questão de descer do ônibus, na Praça do Carmo, e andar observando todas as casas, árvores e figuras olindenses. Largo da universidade à noite, nas sextas-feiras, e, quando chego na Rua Prudente de Morais, já fico na esperança de encontrar algum amigo nos Quatro Cantos para aproveitar o início do fim de semana na frente do Grêmio Henrique Dias e voltar pra casa andando. Normalmente sempre encontro bons e queridos amigos de escola, de rua e da vida que topam meu corriqueiro convite de fechar a noite no Recanto do Ingá", complementa.

Diante das experiências nas duas cidades-irmãs, aniversariantes do dia, João afirma tamanha gratidão por poder viver nesses espaços culturais que levam consigo a memória viva do Carnaval, da cultura e da movimentação diária de pessoas que vêm de todas as partes do Brasil.

"Sinto que é um presente ser tão íntimo de Olinda e ainda assim poder experimentar tudo o que o Recife tem durante minha experiência intermunicipal cotidiana. A todo momento, eu sinto que Recife me move e Olinda me conforta", finaliza o jovem.

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