Antes de colocar a cara no sol, proteja-se
Flexibilização do isolamento social faz população retomar atividades diárias, mas precauções com pele e vírus devem ser reforçadas
A flexibilização do isolamento social, imposto pela pandemia da Covid-19, tem feito as pessoas retornarem às atividades diárias. Parques, praias e orlas estão sendo cada dia mais frequentados, seja para o trabalho, um momento de lazer ou para a realização de atividades físicas. Mas com a temperatura subindo e o verão cada vez mais próximo, alguns cuidados com a pele devem ser redobrados.
Segundo o dermatologista Paulo Guedes, do Hospital Jayme da Fonte, quando a pele está exposta ao sol sem proteção, ela se defende dos raios ultravioleta e tende a bronzear ou escurecer. "A exposição excessiva ao sol permite que os raios ultravioleta atinjam as camadas internas da pele, causando queimaduras de sol. Isso pode fazer com que as células da pele morram, sejam danificadas ou desenvolvam câncer", alerta Guedes.
Esse câncer desenvolvido pela exposição exagerada ao sol é conhecido como “câncer de pele não melanoma”. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), é o tipo mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, sendo mais comum em pessoas de pele clara, acima dos 40 anos, com histórico familiar ou com doenças cutâneas prévias. Apesar da alta incidência, é o de menor mortalidade entre os tumores de pele e com altos percentuais de cura se for detectado e tratado precocemente.
A recomendação do dermatologista é fazer o uso do protetor solar não apenas quando for se expor ao sol. “O filtro solar deve ser aplicado diariamente, e não somente nos momentos de lazer. Os ideais são os que têm fator de proteção solar (FPS) superior a 30”, recomenda Paulo Guedes, que complementa: “A aplicação deve ser feita 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele absorva. O produto precisa ser espalhado por todo o corpo, incluindo mãos, orelhas, nuca e pés, com reaplicação a cada duas horas”. Guedes destaca ainda que esse intervalo deve ser menor em caso de transpiração excessiva ou se a pessoa entrar na piscina ou no mar.
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Anna Julia, 20, voltou a frequentar as praias. Evitando as mais centrais para fugir de aglomerações e indo bem cedo para fugir do sol forte, ela adotou uma série de cuidados com a pele e também com os cabelos. “Na minha bolsa nunca falta um protetor solar. Uso o de fator 50 e um hidratante. Também uso um específico para o meu rosto”, disse. “Reforcei os cuidados com meus cabelos também. Tenho usado cremes que protegem do sol e faço uma hidratação assim que chego em casa, para evitar o ressecamento", emendou.
Além do filtro solar, uma alternativa de proteção indicada por Paulo Guedes são as camisas com proteção UVA e UVB. “As de boa qualidade, cor escura e com fabricante capacitado são uma boa opção para proteção solar”, pontua.
Quem aposta nesse tipo de proteção é a estudante de Farmácia Jéssica Oliveira, 23, que voltou a realizar caminhadas. Apesar de ter a pele muito clara, ela não gosta de usar filtro solar e confia na proteção da camisa. “Costumo ir por volta das 16h, quando o sol tá mais fraquinho. Apesar de não estar tão forte, gosto de ir com uma camisa de proteção UVA e UVB para me proteger”, explicou.
Caso surja alguma mancha ou queimadura decorrente da exposição solar, o dermatologista recomenda a procura imediata por um dermatologista. “O caso deve ser avaliado por um especialista já nos primeiros sinais, que pode surgir como algumas lesões na pele, manchas ou enrugamento da pele. A partir da avaliação e do diagnóstico, o tratamento mais adequado será indicado”, concluiu Paulo Guedes.
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