Anticoncepcionais serão vendidos sem receita médica nos EUA
Produto será vendido em embalagens suficientes para um ou três meses
Pílulas anticoncepcionais serão disponibilizadas sem prescrição médica este mês nas farmácias dos Estados Unidos, uma medida que amplia o acesso aos métodos para evitar a gravidez em um momento em que o direito ao aborto tem sido drasticamente limitado no país.
A empresa irlandesa-americana Perrigo anunciou nesta segunda-feira (4) que seu comprimido Opill foi enviado aos “grandes varejistas e farmácias e estará disponível em todo o país” este mês, assim como em seu site.
O produto será vendido em embalagens suficientes para um ou três meses, a 19,99 e 49,99 dólares (98,82 e 247,13 reais), respectivamente.
Opill obteve no ano passado a autorização da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) para sua venda sem receita.
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O medicamento, conhecido como “mini pílula”, contém só o hormônio progesterona e funciona engrossando a mucosa do colo do útero, o que impede que o espermatozóide alcance os óvulos.
A empresa celebrou a iminente oferta da primeira pílula anticoncepcional sem prescrição como um “momento histórico”.
Grande parte dos países da América Latina, África e Ásia permitem a venda de anticoncepcionais sem pedido médico. O Reino Unido permite desde 2021, embora em muitos países da Europa, a receita seja exigida.
A venda de anticoncepcionais sem prescrição é apoiada por importantes organizações médicas dos Estados Unidos, onde cerca da metade das mais de 6,1 milhões de gravidezes anuais não são planejadas, de acordo com dados oficiais.
No entanto, a venda livre das pílulas tornou-se uma questão politicamente sensível depois que a Suprema Corte revogou em 2022 o direito ao aborto ao anular o caso Roe v. Wade, de 1973.
Desde então, 21 estados do país proibiram ou restringiram o acesso ao procedimento.
Os republicanos no Congresso também bloquearam leis propostas pelos democratas para garantir o acesso aos contraceptivos.