Anunciado toque de recolher em Valparaíso e Viña del Mar por 'incêndios sem precedentes' no Chile
As regiões de Valparaíso e Viña del Mar, no centro do Chile, amanheceram, neste sábado (3), sob toque de recolher parcial para permitir a circulação de pessoas evacuadas e a translados das equipes de emergência, em meio a uma série de incêndios sem precedentes, informaram autoridades do governo.
"Declarou-se que, entre 8h e meio-dia, haverá toque de recolher", anunciou a ministra do Interior, Carolina Tohá, na esteira dos incêndios e de condições climáticas adversas em pleno verão austral.
O toque de recolher obrigatório foi implementado depois de o presidente do Chile, Gabriel Boric, ter declarado estado de emergência pela catástrofe provocada pelos incêndios florestais que assolam o centro e o sul do país.
Cerca de 10 pessoas morreram, de acordo com balanço oficial preliminar divulgado por volta da meia-noite de sexta-feira pela delegada presidencial da região de Valparaíso.
A prefeita de Viña del Mar, Macarena Ripamonti, disse que uma situação "dessa envergadura nunca havia acontecido na região de Valparaíso".
"Estamos diante de uma catástrofe sem precedentes, uma situação desta envergadura nunca havia acontecido na região de Valparaíso. São mais de cinco focos simultâneos, e o setor mais afetado é, novamente, Viña del Mar", observou.
Viña del Mar e Valparaíso se encontram a 120 km a noroeste de Santiago e recebe um grande fluxo de turistas nesse período de férias.
As rotas para essas praias do Pacífico foram fechadas na sexta-feira depois do meio-dia, e vários focos de incêndio se expandiram muito rapidamente. As chamam queimam zonas povoadas, onde colapsaram as rotas alternativas de milhares de pessoas que tentavam deixar a área.
Segundo relatório da Corporação Nacional Florestal (CONAF), o maior incêndio florestal é na Reserva Lago Peñuelas, próxima à principal rodovia para a região, que queimou mais de 7.000 hectares.
O segundo incêndio mais importante ocorre em La Aguada, comuna de La Estrella, região de O'Higgins, no centro do país, que destruiu 4.084 hectares.
Uma onda de calor com temperaturas máximas assola atualmente o Cone Sul-Americano, onde o fenômeno climático natural El Niño é agravado pelo aquecimento global provocado pela atividade humana, segundo especialistas.
Os alertas emitidos pelo persistente calor sufocante estão em vigor a partir desta semana e, na próxima, em áreas da Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil, além do Chile.