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Saúde

Anvisa fará consulta pública sobre revisão de regulamentos no Mercosul

A decisão foi aprovada nesta quarta-feira (9), por unanimidade, durante reunião

Anvisa abrirá, por 60 dias, consulta pública sobre revisão de regulamentos no MercosulAnvisa abrirá, por 60 dias, consulta pública sobre revisão de regulamentos no Mercosul - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abrirá, por 60 dias, em data a ser anunciada, uma consulta pública visando manifestação da sociedade sobre revisão planejada para o regulamento técnico que abrange ensaios clínicos no âmbito do Mercosul.

A decisão foi aprovada por unanimidade hoje (9) durante a 2ª Reunião Ordinária Pública da Diretoria Colegiada.

A reunião de hoje possibilitou "o mais importante avanço para a pesquisa clínica" na região do Mercosul, na avaliação da diretora Meiruze Sousa Freitas, a quem coube a relatoria da proposta de consulta pública para revisar o Regulamento Técnico do Mercosul sobre Ensaios Clínicos com Medicamentos, Produtos Biológicos e Produtos Médicos.

Meiruze disse que, ao abrir a consulta, a Anvisa avançará no sentido de harmonizar, no Mercosul, regulamentos que abrangem a área de medicamentos e produtos para a saúde de seus cidadãos.

Ela lembrou que há apenas uma resolução vigente no âmbito do marco regulatório do Mercosul um "regulamento técnico antigo e defasado sobre pesquisas clínicas". Ela, no entanto, defendeu que, em nome da autonomia de cada estado-membro, a proposta garanta a existência de dispositivos locais.

Fakenews e vacinação
Ao abrir a 2ª Reunião Ordinária Pública da Diretoria Colegiada, o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, lamentou a situação de superlotação observada em hospitais, por "pessoas que fizeram a opção de não se vacinar". "Esse problema se agrava com nossas crianças, onde os efeitos da criminosa ação daqueles que divulga fakenews têm frenado de maneira muito grave a vacinação de nossas crianças", disse.

"Esse mal infelizmente já está feito, e o resultado dele aí está, [reforçado] com uma campanha de vacinação que caminha a passos lentos. E está gerando consequências, com o número de mortos entre crianças com idade passível de serem vacinadas subindo", acrescentou.

Morte de profissionais da saúde
Torres lamentou também o aumento de casos e de mortes de profissionais da saúde, devido à Covid-19. "Infelizmente, em nosso país, quatro em cada cinco médicos tiveram Covid-19 nos últimos meses. As equipes de saúde brasileiras estão esgotadas e trabalhando além de limites e forças. Estão cumprindo seus deveres e estão morrendo também".

"Enquanto vozes dizem que a variante Ômicron é branda e menos grave, essas mesmas vozes esquecem de mencionar em que contexto essa leveza ou brandura se dá. Esse contexto é o contexto de cada país, sistema ou equipe de saúde disponível para tratar os pacientes. O Brasil infelizmente entrou na faixa de milhar de pessoas mortas em 24h por Covid-19. Isso equivale a cinco, quatro ou três aviões caindo todos os dias", argumentou.

Governo federal
Ontem (8), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o governo tem se empenhado não só para garantir que as vacinas cheguem a estados e municípios, mas também para tranquilizar os pais a respeito da eficácia e da segurança dos imunizantes.

De acordo com balanço divulgado ontem pelo ministro, o percentual de crianças de 5 a 11 anos que tomaram a primeira dose de imunizantes contra a Covid-19 é inferior a 15%.

Para o ministro, é natural que a imunização de crianças não avance na mesma velocidade que a de adultos. "Vacinar uma criança, não é como vacinar um adulto. Às vezes, você tem que convencê-las. Ninguém vai pegar uma criança à força e vaciná-la com ela chorando".

Ainda em resposta a questionamentos sobre a demora para a vacinação do público infantil, Queiroga cobrou mais empenho por parte dos estados e municípios.

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