Anvisa proíbe lotes da fórmula infantil Nutramigen LGG; saiba quais
Unidades podem estar contaminadas com bactéria ligada a quadros de meningite; até o momento, não foi identificada a exportação dos lotes para o Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu seis lotes da fórmula infantil em pó da marca Enfamil Nutramigen LGG no Brasil. A decisão, publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da União, foi tomada após comunicado da agência reguladora dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), sobre uma possível contaminação das unidades pela bactéria Cronobacter sakasakii.
Os lotes são:
ZL3FHG;
ZL3FMH;
ZL3FPE;
ZL3FQD;
ZL3FRW e
ZL3FX.
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Os lotes do produto foram fabricados pela empresa Reckitt/Mead Johnson Nutrition, dos EUA. De acordo com a Anvisa, até o momento não foi identificada a exportação de nenhum desses lotes para o Brasil. Porém, a agência explica que a proibição tem caráter preventivo, para impedir que os itens sejam importados, comercializados e distribuídos no país.
“Os últimos dados divulgados pela FDA informam que esses produtos foram exportados para: Argentina, Bélgica, Belize, Canadá, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Irlanda, Israel, Jamaica, México, Nicarágua, Peru, Polônia, Espanha, Reino Unido e Venezuela”, diz a agência.
A FDA alertou sobre o recolhimento voluntário dos seis lotes, determinado pela própria empresa, ainda no último dia 31. O órgão americano, porém, destaca que a medida é também preventiva, já que não foram identificados casos de infecção pela bactéria no país.
No entanto, a preocupação é alta porque a Cronobacter sakasakii é um microrganismo que acomete principalmente recém-nascidos e é mais conhecido por provocar casos de meningite, uma infecção grave das membranas que envolvem o sistema nervoso e, muitas vezes, leva o paciente à morte.
Segundo a Anvisa, a bactéria pode provocar ainda “outras complicações como enterocolite necrosante, bacteremia, septicemia e sequelas irreversíveis”. “A taxa de mortalidade é elevada nos grupos de risco", continua o órgão.
Em nota, a Reckitt/Mead Johnson Nutrition afirmou que os lotes foram fabricados em junho de 2023 e distribuídos nos EUA principalmente em junho, julho e agosto de 2023. “Com base na disponibilidade limitada do estoque restante desta fórmula infantil especial, acredita-se que muitos, senão todos, dos produtos recolhidos nos Estados Unidos foram consumidos. Não há relatos de doenças ou eventos adversos até o momento”.
O que fazer se encontrar um lote proibido?
A Anvisa orienta que, para identificar se o produto pertence aos lotes proibido, basta verificar o número impresso no rótulo. Caso seja ZL3FHG, ZL3FMH, ZL3FPE, ZL3FQD, ZL3FRW ou ZL3FX, a orientação da agência é que o item não seja utilizado.
Além da numeração, os lotes podem ser identificados por terem o código de barras 300871239418 ou 300871239456 e prazo de validade até 01/01/2025.
“O consumidor deve ficar atento e somente adquirir produtos com procedência conhecida e registrados na Anvisa. Produtos importados não registrados são considerados irregulares. Para confirmar o registro do produto, sugerimos consultar a base de dados disponível no portal da Anvisa: https://consultas.anvisa.gov.br/#/alimentos/”, diz o órgão.
Recomendações da Anvisa para evitar riscos com fórmulas
A Anvisa também emitiu orientações para evitar riscos com fórmulas infantis. Em primeiro lugar, recomenda que se evite adquirir os produtos pela internet “devido à dificuldade em conhecer a origem e a regularidade do produto”.
Na hora de utilizar a fórmula, a agência lembra a importância de se ler todas as instruções de preparação presentes no rótulo: "a correta higienização de utensílios que entram em contato com a fórmula, como mamadeiras, copos e colheres, é fundamental para garantir a segurança do produto".
"Além disso, deve-se sempre realizar a diluição na quantidade adequada e na temperatura segura (70ºC), que garante o menor risco de contaminação por microrganismos perigosos, como bactérias do gênero Cronobacter e Salmonella”, continua.
Por fim, a agência lembra que as fórmulas infantis devem ser utilizados somente mediante devida orientação de um profissional habilitado e ressalta as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que o aleitamento materno seja feito até os dois anos de idade e de maneira exclusiva nos primeiros seis meses de vida.