Despache

Anvisa suspende regularização de novas pomadas capilares

A reguladora autorizou a volta de uma lista de pomadas para trançar cabelos ao mercado. O produto teve comercialização proibida em 10 de fevereiro após relatos de cegueira temporária e ardência nos olhos

Pomada capilarPomada capilar - Foto: Divulgação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu, por meio de despache nesta quarta-feira (22), novos pedidos para regularização de pomadas para modelar e trançar cabelos até a finalização da investigação em curso sobre os casos de cegueira temporária e outros eventos adversos causados pelos produtos.

A agência autorizou a volta de 934 pomadas ao mercado nessa segunda-feira (20). Segue mantida a interdição cautelar para as empresas que não estiverem incluídas na lista de produtos autorizados.

O trabalho técnico da investigação já identificou que a maioria das pomadas que causou os efeitos relacionados à intoxicação ocular, como ardência nos olhos e cegueira temporária, apresenta altas concentrações da substância Ceteareth-20. A princípio, foi permitido o retorno ao mercado de parte daqueles que possuem essa substância abaixo da concentração de 20% em suas fórmulas.

O despacho publicado hoje também manteve a determinação para que as empresas responsáveis pela regularização dos produtos incluídos na lista de pomadas autorizadas anexem, no prazo de 30 dias, um termo de responsabilidade, declarando que o produto não esteve envolvido “em qualquer evento adverso grave desde sua entrada no mercado, bem como que garantam a sua qualidade e segurança”.

Segundo a Anvisa, a investigação reavaliou os processos de regularização de vários produtos, o que resultou em mais de 600 cancelamentos de autorização.

A reguladora proibiu a comercialização de todas as marcas de pomadas para modelar e trançar os cabelos no Brasil "considerando os relatos de eventos adversos graves relacionados a intoxicação ocular" em 10 de fevereiro.

A medida aconteceu após 27 pomadas terem sido suspensas enquanto a agência dava início às investigações sobre diferentes formas de lesão nos olhos. Além da perda temporária da visão e ardência, os relatos envolvem lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça.

Em reunião com as empresas responsáveis, a Anvisa contabilizou 780 casos de intoxicação exógena, quando é provocada pelo contato com substâncias químicas, associada ao uso dos produtos.

"Enquanto a medida estiver em vigor, nenhum lote de qualquer desses produtos pode ser comercializado e não deve ser utilizado por consumidores e profissionais de beleza. Mesmo exemplares adquiridos anteriormente e existentes nas residências ou em salões de beleza não devem ser utilizados neste momento", decretou.

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