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VENEZUELA

Ao menos 10 detidos nos protestos pós-eleições na Venezuela são libertados

Mais de 2.400 pessoas foram detidas após os protestos que eclodiram poucas horas depois da proclamação da vitória de Nicolás Maduro

Manifestantes de oposição na Venezuela participam de ato contra os resultados oficiais apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral, em Caracas Manifestantes de oposição na Venezuela participam de ato contra os resultados oficiais apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral, em Caracas  - Foto: Federico PARRA / AFP

Ao menos 10 pessoas detidas nos protestos que eclodiram após as eleições na Venezuela foram libertadas neste sábado (16), informaram duas ONGs, que esperam mais libertações.

"Dez até agora", disse à AFP o diretor da ONG Foro Penal, Alfredo Romero, ao indicar que as libertações estão ocorrendo em três prisões do país: "Las Crisálidas e Yare II (estado Miranda, centro) e em Tocorón (Aragua, centro)".

Mais de 2.400 pessoas foram mortas durante as manifestações, que resultaram em 28 mortes e quase 200 feridos, segundo dados do Ministério Público. Entre os detidos estavam 164 adolescentes, dos quais 69 continuam presos.

As libertações ocorreram “nas primeiras horas”, segundo a ONG Coalición de Derechos Humanos, que também informou à AFP o número de dez libertações.

O MP anunciou na sexta-feira a revisão de 225 casos de detidos, atendendo a um pedido do próprio Maduro, que pediu para “retificar” caso tenha ocorrido “algum erro processual”. A entidade não especificou quais casos seriam revisados.

Maduro foi proclamado vencedor das eleições de 28 de julho, embora os detalhes da apuração dos votos não tenham sido divulgados. A oposição, liderada por María Corina Machado e seu candidato presidencial Edmundo, González Urrutia, denuncia a fraude.

"Crise repressiva"
"Aquele que tiver sido responsável por ações criminosas, sujeito a uma vinculação como participante direto das mesmas, será punido, será sancionado; quem não tiver responsabilidade no contexto de uma investigação, estará sujeito a revisão de medida", disse o procurador-geral venezuelano , Tarek William Saab, na sexta-feira.

O MP também prometeu continuar revisando casos após se reunir com vários parentes dos presos, que na semana passada pediram libertações antes do Natal.

Centenas de familiares protestaram exigindo "justiça", afirmando que seus entes queridos detidos não estavam participando das manifestações no momento em que foram presos. Também denunciaram torturas e maus-tratos.

Na segunda-feira, um grupo de familiares planeja fazer uma “vigília” em frente ao MP para continuar exigindo mais libertações. "Não são 225, são mais de 2.000 jovens detidos injustamente!", diz a convocação para o evento.

Segundo o Foro Penal, que denunciou uma “crise repressiva”, havia “1.976 presos políticos” até quinta-feira na Venezuela.

Este é o “maior número de presos políticos no século XXI, e o maior número de presos políticos em todo o continente americano”, afirmou a entidade.

A oposição denunciou que os detidos estão em condições “desumanas” e que foi negado atendimento médico a eles. Um militante opositor faleceu na quinta-feira sob a custódia das autoridades devido a um problema cardíaco associado às complicações da diabetes.

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