Guerra na Ucrânia

Ao menos 5 mil mortos em Mariupol pela ofensiva russa

"Há dez dias ninguém é enterrado devido aos bombardeios contínuos", disse uma assessora da Presidência ucraniana

Tanque de guerra ucraniano destruído em MariupolTanque de guerra ucraniano destruído em Mariupol - Foto: Handout/Russian Defence Ministry/AFP

Ao menos 5 mil pessoas morreram na cidade de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, desde o início da invasão russa, anunciou à AFP, nesta segunda-feira (28), uma assessora da Presidência ucraniana, responsável pelos corredores humanitários.

"Cerca de 5 mil pessoas foram sepultadas, mas há dez dias ninguém é enterrado devido aos bombardeios contínuos", disse Tetiana Lomakina, estimando que "devido à quantidade de pessoas que ainda estão sob os escombros (…) poderia haver uns 10 mil mortos".

A cidade portuária de Mariupol está sitiada pelo exército russo desde o final de fevereiro, o que obriga milhares de moradores a viver em condições muito precárias, sem luz e água potável.

Segundo o prefeito Vadim Boichenko, cerca de 160 mil pessoas continuam presas na cidade, de uma população total de 450 mil habitantes antes da guerra.

"Todas as entradas e saídas da cidade estão bloqueadas (...), é impossível introduzir alimentos e medicamentos em Mariupol", disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, no domingo.

"As forças russas estão bombardeando os comboios de ajuda humanitária e matando os motoristas", acrescentou, afirmando que as ruas estavam cheias de "cadáveres" impossíveis de enterrar.

Quase duas semanas depois do bombardeio do teatro da cidade, ainda não se sabe o destino de centenas de civis que haviam se refugiado ali. A Prefeitura, citando testemunhas, disse que temia "cerca de 300 mortos".

Uma vereadora que fugiu Mariupol no dia do bombardeio disse à AFP que era impossível fazer uma recontagem das vítimas devido à má comunicação e à ausência das autoridades locais. 

Mariupol é uma cidade estratégica no Mar de Azov, que se cair em mãos russas permitirá que suas forças armadas conectem a Crimeia, anexada por Moscou em 2014, com as regiões separatistas pró-russas do Donbass.

O saldo de vítimas anterior da Prefeitura, em meados de março, era de mais de 2 mil civis mortos desde o iníico da ofensiva russa, em 24 de fevereiro.

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