EUA

Ao menos 70 pessoas morreram por frio extremo nos Estados Unidos

É provável que o número divulgado aumente à medida que as autoridades avaliam as consequências das condições extremas de frio em muitas partes do país

Estado americano de IowaEstado americano de Iowa - Foto: Chip Somodevilla Getty Images North America/Getty Images via AFP

Em uma semana de fortes tempestades de inverno e temperaturas baixas, ao menos 70 pessoas morreram nos Estados Unidos de causas relacionadas ao frio. Os dados são de relatórios de autoridades estaduais, departamentos de polícia, médicos legistas e meios de comunicação locais, que ainda dizem que o número de vítimas do frio extremo pode aumentar, conforme forem avaliados os casos, especialmente em partes do país não habituadas a períodos prolongados de congelamento profundo.

Dentre as vítimas da última semana, está um homem que morreu depois de cair de uma claraboia enquanto limpava a neve do telhado de uma empresa no estado do Tennessee. Em Oregon, um galho de árvore, enfraquecido pelo vento e pelo gelo, derrubou uma linha de energia elétrica que matou dois adultos e um adolescente.

Já na Pensilvânia, cinco mulheres da mesma família morreram numa colisão com um reboque de trator, momentos após terem se reunido na beira de uma estrada coberta de neve, após outro acidente.

Tennesse e Oregon declararam estado de emergência. Segundo autoridades estaduais de saúde, só no Tennessee foram, pelo menos, 25 mortes relacionadas ao clima, incluindo hipotermia, quedas e acidentes de trânsito. Em Oregon, foram 11 mortes, e em Kentucky foram cinco.

“Todos, por favor, reservem um tempo hoje para verificar sua família, amigos e colegas de trabalho e garantir que eles tenham o que precisam para se manterem seguros e aquecidos”, dizia o comunicado do governador Andy Beshear, de Kentucky, na última sexta-feira.

As causas mais comuns de morte durante ondas de frio são por acidente de trânsito, com carros que saem do controle devido às estradas congeladas ou com neve, assim como hipotermia, especialmente para moradores de rua ou pessoas que não têm acesso a abrigo ou calor. Além disso, as linhas de energia caídas podem aumentar o risco de incêndio ou eletrocussão.

De acordo com o especialista em clima e condições meteorológicas extremas da Southern Illinois University Edwardsville Alan W. Black, as mortes pelo frio são difíceis de contabilizar porque as causas variam muito e levam tempo para que as autoridades identifiquem as circunstâncias exatas.

“É muito difícil compilar este tipo de informação porque há muita ambiguidade. Ainda há muita investigação a ser feita para compreender o impacto exato do inverno nos EUA e penso que é um tema extremamente importante a explorar, uma vez que simplesmente não sabemos o impacto”, acrescentou.

Partes do Texas tiveram temperaturas na casa dos -30 graus no último domingo (21). Em Nashville, a mínima atingiu 3 graus negativos. Em Chicago e Milwaukee, a temperatura registrou entre -13 e -19 graus

Foi em Milwaukee, inclusive, que foram captadas imagens de drone que mostram o Lago Michigan todo congelado

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Segundo o principal meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional em Maryland, Bob Oravec, a expectativa é que, a partir desta segunda (22), o congelamento diminua e as temperaturas subam em todo o país.

Porém, mesmo sem o frio extremo e a neve, muitas áreas poderão sofrer fortes chuvas, incluindo o leste do Texas até o vale do baixo Mississípi, que inclui Louisiana, Arkansas e Temesse. A Costa Oeste também terá condições climáticas úmidas. A Califórnia espera fortes chuvas e neve em Sierra Nevada.

O estado de Iowa também registrou baixíssimas temperaturas nos últimos dias. Chegou, inclusive, a entrar em estado de alerta por causa do frio. A sensação térmica, em alguns momentos, atingiu impressionantes -37 graus.

Especialista em tempo e clima da Universidade da Geórgia, James Marshall Shepherd alertou que pessoas tendem a subestimar os riscos das temperaturas extremas, mas que ondas de frio podem ser mais mortais do que outros a fenômenos como furacões, tornados e outros eventos climáticos.

Shepherd ainda destacou que pessoas no Sul dos EUA podem ser especialmente vulneráveis às condições climáticas extremas, especialmente em áreas de baixa renda e naquelas que são densamente povoadas ou não estão acostumadas ao frio. Ele acrescentou que muitos residentes podem não ter os recursos necessários, como aquecimento confiável ou roupas quentes para se manterem seguros.

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