diplomacia

"Ao menos não arrasto os direitos humanos": Petro responde ao presidente da Nicarágua

Ortega, alvo de sanções da comunidade internacional por sua conduta autoritária, acusou então seu homólogo colombiano de "traidor"

Presidente da Colômbia, Gustavo PetroPresidente da Colômbia, Gustavo Petro - Foto: Daniel Munoz/AFP

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, respondeu nesta terça-feira (27) ao seu homólogo nicaraguense, Daniel Ortega, que na véspera chamou de "submissos" os governos latino-americanos que não reconheceram a reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, marcada por denúncias de fraude.

"Tal insulto me permite responder: Pelo menos eu não arrasto os direitos humanos do povo do meu país", afirmou o mandatário colombiano na rede social X.

Ortega disse na segunda-feira que Petro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva — que buscam uma negociação entre Maduro e a oposição — se comportam como "governos submissos" aos pés da União Europeia e dos Estados Unidos por não reconhecerem a vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho.

"Vejo Petro competindo com Lula para ver quem será o líder a representar os ianques na América Latina", mas "o pobre Petro não tem a força que o Brasil tem", disse o presidente nicaraguense, no poder desde 2007.

O presidente colombiano respondeu que Ortega "nos chamou de 'submissos' (...) apenas porque queremos uma solução negociada, pacífica e democrática para a Venezuela".

Ambos os mandatários militaram em guerrilhas de esquerda em seus países antes de chegarem ao poder, mas têm desentendimentos desde o ano passado devido ao apoio de Bogotá à poeta nicaraguense exilada Gioconda Belli.

Ortega, alvo de sanções da comunidade internacional por sua conduta autoritária, acusou então seu homólogo colombiano de "traidor" e de estar "a serviço dos ianques".

Petro acusou hoje o presidente da Nicarágua de violar os direitos de seus "companheiros de armas e de luta contra as ditaduras".

Brasil e Colômbia insistem em conhecer "dados desagregados e verificáveis" das votações na Venezuela e também têm sugerido a possibilidade de repetir as eleições.

Os Estados Unidos, 10 países da América Latina e a União Europeia não reconhecem as autoridades venezuelanas que validaram as eleições e apoiam a oposição, que afirma ter obtido 67% dos votos.

Em contraste, Nicarágua, Cuba e os demais países da aliança Alba — criada em 2004 pelos falecidos líderes socialistas Hugo Chávez e Fidel Castro — expressam apoio a Maduro.

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