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Coronavírus

Apesar de contraindicação do Estado, Caruaru mantém intervalo de 21 dias para 2ª dose da Pfizer

Secretário André Longo classificou decisão como 'equívoco técnico'

Vacina da Pfizer contra a Covid-19Vacina da Pfizer contra a Covid-19 - Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF

A cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, seguirá com o intervalo de 21 dias para a aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19, segundo informou a prefeitura nesta sexta-feira (22).

A decisão vem apesar de o Governo do Estado, em coletiva de imprensa, nessa quinta-feira (21), contraindicar a alteração do intervalo - a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) mantém o prazo de 60 dias.

"A decisão segue exemplos de estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, países como EUA e Chile, e cumpre orientações da própria bula e do ensaio clínico da empresa responsável pelo imunizante", informou a Secretaria de Saúde de Caruaru, por meio de nota.

Caruaru irá usar doses da Pfizer em estoque e, por isso, essa ação terá "quantidade de doses limitada", segundo a secretária de Saúde do municípío, Bárbara Florêncio.

A distribuição dos imunizantes aos municípios é de responsabilidade da SES-PE e, segundo a pasta, é feita com base no prazo de oito semanas.

Na coletiva, o secretário estadual de Saúde, André Longo, classificou como "equívoco técnico" essa mudança no prazo.

“Essa redução é um equívoco técnico porque diminui a efetividade e a resposta imunológica à vacina. A orientação técnica diante das evidências científicas atuais é que os municípios pernambucanos que adotaram essa estratégia, revejam essa decisão e voltem a aplicar a segunda dose da Pfizer com 60 dias”, destacou Longo. 

O gestor ainda afirmou que a mudança do prazo para 21 dias "é uma das explicações apontadas por especialistas para o repique da doença em países como Inglaterra e Israel". 

Estudos
Estudos divulgados recentemente indicam que a vacina da Pfizer funciona melhor com intervalo de 8 semanas do que de 21 dias

Na última segunda (18), estudo publicado no formato pré-print (ainda sem avaliação por pares, portanto) apontou que o intervalo usado tradicionalmente pela farmacêutica - e estipulado no ensaio clínico - de 21 dias resultou em uma perda de até 99% dos anticorpos anti-Sars-CoV-2 em circulação no corpo oito meses após a segunda dose. Já um intervalo maior entre as doses pode reduzir essa queda, diminuindo a necessidade de uma dose de reforço.

Um outro artigo recente publicado no periódico BMJ (British Medical Journal) apontou que o nível de anticorpos neutralizantes no sangue - capazes de bloquear a entrada do vírus no organismo - é cerca de 2,3 vezes maior se as duas doses são dadas em um intervalo de pelo menos 6 a 14 semanas em comparação a um intervalo de 3 a 4 semanas.

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