Aplicativo criado por estudantes detecta precocemente doenças oculares que causam cegueira
Tecnologia faz a leitura do rosto do paciente por meio de inteligência artificial
Um novo aplicativo, chamado BegIA, detecta em poucos segundos se uma pessoa tem glaucoma, retinopatia diabética ou catarata, três das doenças que causam perda de visão e cegueira. O sistema foi criado por dois alunos do Mestrado em Bioinformática e Bioestatística da Universitat Oberta de Catalunya (UOC), na Espanha. Para fazer o teste, a inteligência artificial (IA) analisa uma selfie do paciente, e, se o resultado for positivo, ele é encaminhado para um médico automaticamente.
Projetado para atender pessoas partes do mundo sem acesso fácil aos cuidados de saúde, o projeto ganhou um prêmio em uma competição da universidade. Ele utiliza um algoritmo de IA de rede neural capaz de aproveitar técnicas de aprendizado profundo capaz de reconhecer, a partir de uma imagem clara frontal do rosto, se o sujeito tem uma doença ocular ou não.
Leia também
• Julho turquesa conscientiza população sobre doença do olho seco
• Homem descobre tumor cerebral após beber 10 litros de água diariamente
• Segurar um pum faz mal à saúde? Especialista explica o que acontece com o corpo
Os pesquisadores responsáveis pelo aplicativo, García Atutxa, físico especializado em análise de dados, juntamente com Francisca Villanueva-Flores, bioquímica especializada em doenças degenerativas, desenvolveram o algoritmo, o qual foi alimentado com imagens fornecidas pelo Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Monterrey, do México. Elas apresentavam pessoas com quadros de com retinopatia, glaucoma ou catarata. No momento, eles estão procurando hospitais e associações de diabetes para nova coleta de imagens, buscando introduzir uma maior variabilidade ao sistema.
"Entramos no SpinUOC [competição que ganharam] porque queríamos desenvolver um aplicativo mais sofisticado que, além de detectar doenças, tivesse mais funções e pudesse funcionar em qualquer celular com capacidade computacional limitada", explicam os criadores do BegIA.
Segundo os pesquisadores, o aplicativo pode já estar no mercado dentro de dois anos.