Apoiadores de presidente detido por decretar lei marcial invadem e quebram tribunal de Seul
Juiz da Corte estendeu detenção de Yoon Suk-yeol por tentar suspender o governo civil no país
Apoiadores do presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol invadiram um tribunal de Seul neste domingo (19), depois que um juiz estendeu a detenção do líder acusado por sua tentativa malfadada de impor lei marcial.
Yoon disse que estava "profundamente chocado e triste" pelo ataque antes do amanhecer no tribunal, no qual seus apoiadores quebraram janelas, portas e paredes.
Dezenas de milhares de pessoas se reuniram do lado de fora do Tribunal Distrital Ocidental de Seul em uma demonstração de apoio ao presidente no sábado (18). Yoon se tornou o primeiro chefe de Estado em exercício da Coreia do Sul a ser preso em uma operação esta semana.
Jornalistas da AFP viram centenas de policiais entrando no tribunal, prendendo dezenas e denunciando um "incidente ilegal e violento intolerável".
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O incidente é o episódio mais recente da crescente crise política da Coreia do Sul, que eclodiu em 3 de dezembro, quando Yoon declarou lei marcial e enviou tropas ao Parlamento.
Sua tentativa de suspender o governo civil durou apenas seis horas, já que os parlamentares desafiaram os soldados e votaram contra a imposição da lei marcial. Mais tarde, eles acusaram o presidente, suspendendo-o do cargo.
Yoon prometeu no domingo "persistir, não importa quanto tempo leve, em retificar quaisquer injustiças", apesar de enfrentar uma decisão do Tribunal Constitucional sobre seu impeachment e a investigação criminal que o levou à detenção.
Ao anunciar que os investigadores poderiam prender Yoon por mais 20 dias, o tribunal de Seul disse à AFP que havia preocupações de que ele poderia destruir evidências se fosse solto.
O presidente disse que tentaria mostrar o "propósito e a legitimidade da declaração da lei marcial", em uma declaração emitida no domingo por seus advogados.
Seus apoiadores alegaram que a decisão de Yoon foi justificada devido à fraude eleitoral em pleito legislativo vencido no ano passado pela oposição, mas não apresentaram evidências disso.
Eles frequentemente agitam bandeiras americanas e adotam a retórica "Stop the steal" (Parem o roubo, em tradução literal), associada ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, cujos apoiadores invadiram o Capitólio de Washington para tentar anular sua derrota eleitoral para Joe Biden.