RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Após encontro de Biden e Xi, China e EUA podem reativar ''diplomacia do panda''

Urso podem ser os ''enviados da amizade entre o povo chinês e americano'', diz presidente chinês

Visitantes tiram uma foto do Panda Gigante Xiao Qi Ji enquanto ele descansa em seu recinto no Zoológico Nacional do Smithsonian em Washington, DCVisitantes tiram uma foto do Panda Gigante Xiao Qi Ji enquanto ele descansa em seu recinto no Zoológico Nacional do Smithsonian em Washington, DC - Foto: Jim Watson/AFP

O presidente chinês, Xi Jinping, parece disposto a reativar a "diplomacia branda" de seu país depois da reunião com o presidente americano, Joe Biden. E o fará com o auxílio de seus famosos ursos preto e branco.

As recentes tensões entre Washington e Pequim resultaram na permanência de poucos pandas nos Estados Unidos. Três deles haviam deixado o zoológico de Washington no início do mês.

Xi, no entanto, disse em um jantar com empresários em São Francisco, Califórnia, após se reunir com Biden na quarta-feira, que os pandas da China poderiam ser os "enviados da amizade entre o povo chinês e americano".

— Estamos dispostos a continuar nossa cooperação com os Estados Unidos na conservação do panda e fazer tudo que for possível para satisfazer os desejos dos californianos e aprofundar os laços de amizade entre nossos dois povos.

A Casa Branca, por sua vez, assegurou que ficaria feliz de ter de volta os devoradores de bambu.

— Certamente, se a República Popular da China tomar a decisão de devolver alguns dos pandas aos Estados Unidos, lhes daríamos as boas-vindas de novo — disse aos jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.

A China vem utilizando a "diplomacia do panda" desde 1972, quando os primeiros animais chegaram aos Estados Unidos como presente depois da histórica visita do então presidente Richard Nixon à nação governada pelo Partido Comunista. (Durante um jantar, o norte-americano havia dito ao premier chinês, Zhou Enlai, o quanto gostava dos ursos.)

No entanto, as relações tensas entre as superpotências rivais nos últimos anos fizeram Pequim levar alguns dos pandas de volta para casa. Uma espécie de "chamado para consultas", como ocorre com os embaixadores quando há desencontros diplomáticos.

Mei Xiang e Tian Tian, que chegaram em Washington em 2000, e seu filhote de três anos Xiao Qi Ji ("Pequeno Milagre", em chinês), são os três pandas gigantes do Zoológico Nacional Smithsonian de Washington que voltaram à China no mês passado. Os ursos deveriam retornar ao país de origem até o início de dezembro devido ao término da extensão de três anos, em decorrência da pandemia.

Na volta dos animais, escoltas policiais seguiram ao lado dos caminhões carregados de caixotes até o Aeroporto Internacional de Dulles, com pompa similar a de um comboio presidencial circulando pelas ruas de Washington.

Os ursos foram acompanhados no voo por 220 quilos de bambu, um veterinário e dois tratadores do zoológico.

— Me disseram que muitos americanos, especialmente as crianças, não queriam que os pandas fossem embora e até foram ao zoológico para vê-los e se despedir deles — comentou Xi depois de um jantar com diretores-executivos em San Francisco na quarta-feira.

Depois, Xi insinuou que novos pandas poderiam voltar à costa oeste dos Estados Unidos:

— Também fiquei sabendo que o Zoológico de San Diego e a população da Califórnia estão ansiosos para dar as boas-vindas aos pandas — disse.

Lun Lun, Yang Yang, Ya Lun e Xi Lun, os últimos quatro pandas remanescentes nos Estados Unidos em um zoológico de Atlanta, retornarão à China no final de 2024. (Com The New York Times)

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