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Coronavírus

Após forte pressão, governo promete recuar e manter divulgação detalhada de dados da Covid-19

Após um vaivém iniciado na sexta, o Ministério da Saúde divulgou duas notas na noite deste domingo (7) afirmando que está finalizando uma plataforma que trará os números detalhados da pandemia

Teste de coronavírusTeste de coronavírus - Foto: Tarso Sarraf/AFP

Após forte reação de especialistas, políticos e integrantes do Judiciário sobre a forma de divulgação dos dados do coronavírus nos últimos dias, o governo anunciou um recuo e prometeu retomar a divulgação detalhada dos impactos da doença.

Após um vaivém iniciado na sexta, o Ministério da Saúde divulgou duas notas na noite deste domingo (7) afirmando que está finalizando uma plataforma que trará os números detalhados da pandemia.

Na última delas, voltou a falar em problemas técnicos e oficializou a intenção de divulgar os dados tendo como base a data da morte e não a data em que se confirmou que a pessoa morreu por coronavírus registrado pelas autoridades.

A pasta também prometeu deixar acessível para consulta o acumulado de casos, já que havia o temor de casos cuja confirmação atrasasse sumissem dos registros oficiais.

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A iniciativa sinaliza um recuo em relação à posição dos últimos dias, quando o governo passou a informar somente o número de casos e mortos computados nas últimas 24 horas (e não o total), omitindo do site informações do acumulado de casos, além do detalhamento por estados.

Agora, o governo diz que a nova plataforma mostraria dados do Brasil, de regiões, estados, capitais e regiões metropolitanas "com os respectivos gráficos de evolução diária dos novos registros".

A pasta promete colocar a página interativa no ar nos próximos dias. "Assim, será possível acompanhar com maior precisão a dinâmica da doença no país e ajustar as ações do poder público diante a cada momento da resposta brasileira à doença."

Apesar de mencionar a iniciativa, o governo não informou o horário em que as atualizações diárias ocorrerão. Nos últimos dias, os números atualizados passaram a sair quase às 22h (na gestão de Luiz Henrique Mandetta, os números era apresentados no fim da tarde).

O presidente Jair Bolsonaro, ao ser questionado sobre o horário, respondeu que não haveria mais a divulgação dos números no Jornal Nacional, da Rede Globo."Acabou matéria no Jornal Nacional", disse. "Não interessa de quem partiu, é justo sair às 22h, é o dado completamente consolidado. Muito pelo contrário, não tem que correr para atender a Globo".

As decisões do governo sobre uma nova metodologia dos casos motivou o Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) a elaborar um painel próprio de informações, reunindo dados de contaminados e de óbitos em contagem paralela à do governo federal.

Os primeiros dados do conselho foram informados na noite deste domingo (7), conforme informou a coluna Painel, e apontava que, nas últimas 24 horas, foram registrados 1.113 mortos.Na contagem do governo federal, atualizada na noite de domingo, o número de mortos foi de 1.382 nas últimas 24 horas.

"A proposta é realizar readequações para proporcionar uma informação sobre o cenário atual com uma abordagem técnica, porém mais simples e de fácil entendimento e acesso à população em geral", afirmou o Ministério, na última nota divulgada à imprensa.

"O novo modelo de divulgação de informações sobre a COVID-19 abordará o cenário atual da doença, com análise de casos e mortes por data de ocorrência, de forma regionalizada. Dessa forma, toda a rede de atenção à saúde estará em condições de se adequar e agir com mais efetividade contra a doença. O uso da data de ocorrência (e não da data de registro) auxiliará a se ter um panorama mais realista do que ocorre em nível nacional e favorecerá a predição, criando condições para a adoção de medidas mais adequadas para o enfrentamento da COVID-19, nos âmbitos regional e nacional", acrescentou.

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