Após minimizar Covid-19, apresentador Stanley Gusman morre por complicações da doença
A morte de Gusman foi confirmada pela afiliada mineira da TV Band, onde Gusman também trabalhou
O apresentador Stanley Gusman, 49, que comandava o Alterosa Alerta, na TV Alterosa, filial do SBT em Minas Gerais, morreu por complicações da Covid-19, neste domingo (10). Gusman minimizou os efeitos da pandemia em recentes reportagens do programa.
Pouco antes do Natal, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), pediu que as pessoas não visitassem seus familiares nas festas de fim de ano para poupar a vida de seus familiares. Gusman retrucou a fala do político.
"Eu vou visitar meu pai, vou visitar minha mãe, e não vou matá-los. Eu acho um desrespeito o senhor falar isso em público", afirmou ele.
A morte de Gusman foi confirmada pela afiliada mineira da TV Band, onde Gusman também trabalhou. Ele estava internado em estado grave desde o final do ano passado no hospital Villa da Serra, em Nova Lima, na Grande BH.
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Gusman já foi notícia por outras questões polêmicas. Há dois anos, ele fez comentário racista no programa. Em conversa com o repórter e
deputado estadual Rafael Martins, Gusman criticou Carlos Augusto Montenegro, presidente do instituto de pesquisa Ibope.
O trecho do vídeo em circulação não informa o conteúdo da reportagem que acabava de ser exibida, mas ao se comunicar com Martins, ao vivo, Gusman faz o comentário: "O nome do cara é Montenegro, se ele fosse do bem, ele ia chamar Montebranco". A produção ainda fez um efeito sonoro que remetia a fala do apresentador a uma piada.
Logo após o comentário, ele completou. "Este é o Alterosa Alerta, é Minas Gerais respondendo... Não é aquele homem, aquele demônio do Ibope, não. É respondendo na tela da televisão. O Ibope do demônio", segundo o site mineiro BHAZ.
Gusman ainda tentou consertar a fala um pouco depois: "Não é de cor não, gente. É escuro, escuridão. Céu branco, inferno negro. Ih...vocês também são muito, né?!".
Na ocasião, o SJPMG (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais) divulgou uma nota afirmando que "considera grave e inaceitável a ofensa de conotação racial veiculada em programa da TV Alterosa" e que espera ver o caso apurado. A entidade reforçou que o jornalismo tem, entre outras finalidades, promover a cidadania e dos direitos humanos.